por Roberto Santos

"Estou com muita dificuldade com minha supervisora. Ela é uma pessoa insegura, controladora e isso tem dificultado a convivência no trabalho e estou abalada emocionalmente."

Resposta: Sua dificuldade com sua supervisora e o impacto dessa dificuldade sobre seu estado emocional, confirmam pesquisas de que o principal fator que leva à rotatividade de pessoal nas organizações é o chefe. Portanto, pode-se concluir de que na maioria dos casos em que as pessoas pedem demissão ou geram condições para serem demitidas, elas no fundo querem deixar o chefe e não a empresa onde trabalham.

O desafio para pessoas em situação similar à sua, é fazer a conta de quanto vale a pena aguentar um “chefe-mala” ou tóxico, para se manter produtivo e saudável em uma organização cujos valores nos identificamos, fazendo um trabalho que nos realize profissionalmente, além de apoiar a construção da carreira a longo prazo.

Para resolver esta equação complicada e chegar ao “x” de decisão de ficar ou sair, temos que olhar as variáveis internas e externas, ou de forma mais simplificada em seu caso — sua supervisora e você.

Em qualquer relação, profissional, sentimental ou comercial, a qualidade do relacionamento é fruto de algo maior do que as partes envolvidas. Ou seja, como a supervisora trabalha com você influencia sua reação e, provavelmente, suas reações a esse tratamento influencia como ela age com você também. Assim, se a supervisora controla demais seu desempenho, pode ser por pura insegurança dela, mas, até certo ponto, o quanto o seu comportamento e atitude podem estar despertando a insegurança em relação a você?

Então, se no cálculo daquela equação, você decidir que, pela empresa e trabalho, vale a pena continuar nela, valeria a pena você procurar a supervisora para abrir o jogo e dizer que você percebe que ela se sente insegura com relação às tarefas atribuídas a você, para ver o que vocês podem fazer para que você lhe transmita mais segurança e confiança em sua capacidade de realizar o trabalho.

Dar o primeiro passo para reparar ou fortalecer uma ponte entre vocês pode ser o começo de uma solução desse problema, e poderá melhorar seu estado emocional.

Boa sorte!

Atenção!
Este texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo ou coach e não se caracterizam como sendo um atendimento.