por Renato Miranda
Praticar esportes, exercícios físicos, trabalhar e qualquer outro tipo de atividade, são atividades que se verifica a importância de realizar tarefas com motivação. Isso porque o comportamento motivado sugere boa energia psicofísica, boa concentração, alegria e outros eventos que acabam por influenciar na qualidade da ação.
No esporte, em qualquer nível, essa força que impulsiona o atleta em direção aos seus objetivos (motivação!) se explica de princípio através da motivação intrínseca.
A motivação intrínseca representa o desejo interior para realizar as tarefas propostas, e não depende de fatores externos. Caracteriza-se pela força psíquica que leva o atleta a empenhar-se em uma atividade por vontade própria. A motivação intrínseca depende apenas do próprio atleta, e de certa forma independe do que acontece em torno dele. Ela é apenas aquilo que o que o atleta quer realizar.
Em geral a motivação intrínseca (inconsciente) se refere ao engajamento numa atividade simplesmente pelo prazer e satisfação que essa atividade pode proporcionar. Quando o atleta está intrinsecamente motivado, ele vai realizar este trabalho voluntariamente, sem necessariamente pensar em recompensas materiais ou pressões externas.
Atletas que treinam simplesmente porque acham interessante e satisfatório aprender mais sobre o seu esporte ou atletas que praticam seu esporte pelo prazer de constantemente tentar superar-se, são considerados intrinsecamente motivados.
Alguns teóricos têm proposto que a motivação intrínseca pode ser diferenciada em motivações específicas. Recentemente, uma taxonomia tripartida (classificação em três tipos) de motivação intrínseca tem sido postulada. Essa taxonomia é baseada na literatura sobre a motivação intrínseca e mostra a presença de três tipos de motivação intrínseca que têm sido pesquisadas em bases independentes. Esses três tipos de motivação intrínseca têm sido classificados como motivação intrínseca para conhecer, motivação intrínseca para atingir objetivos, e motivação intrínseca para experiências estimulantes.
1º) Motivação intrínseca para conhecer
Este tipo de motivação intrínseca está relacionado com conteúdos como exploração, curiosidade, aprender objetivos, motivação intrínseca para aprender, e a necessidade epistemológica (de conhecimento) de saber e compreender. Então, ela pode ser definida como fazer uma atividade pelo prazer e satisfação que ela proporciona, enquanto experimenta também o aprendizado e a exploração de algo novo. Está claro que atletas estão intrinsecamente motivados para conhecer quando eles tentam descobrir novas técnicas de treinamento pela novidade da experiência.
2º) Motivação intrínseca para atingir objetivos
Este segundo tipo de motivação intrínseca tem sido estudado pela psicologia do desenvolvimento, bem como pelo campo de pesquisa educacional, orientada por ideias como motivação controlada, motivação eficiente e trabalho orientado. Por outro lado, outros autores têm postulado que as pessoas interagem com o ambiente para sentirem-se competentes e realizar coisas originais. Portanto, a motivação intrínseca para atingir objetivos pode ser definida como engajar-se numa atividade pelo prazer e satisfação experimentados.
3º) Motivação intrínseca para experiências estimulantes
Finalmente a motivação intrínseca para experiências estimulantes ocorre quando alguém começa uma atividade para vivenciar experiências estimulantes (por exemplo, prazer sensorial, experiências estéticas, bem como diversão e excitação) oriundas do seu envolvimento nessa atividade. Pesquisas na dinâmica e holística sensação de fluidez, nos sentimentos de excitação da motivação intrínseca, na vivência de experiências estéticas e experiências pico são representativas dessa forma de motivação intrínseca. Atletas que praticam seu esporte como forma de vivenciar experiências estimulantes são intrinsecamente motivados.
Por fim é bom lembrar que a motivação para experiências estimulantes também está vinculada à essência lúdica da atividade. E atividade lúdica é aquela que é funcional, satisfatória e espontânea.
Obs. Este texto teve a colaboração de Antonio Walter Sena Junior