por Thaís Petroff
No artigo anterior, apontei caminhos para a automotivação (clique aqui e leia). Neste texto, darei sequência a este assunto reportando-me ao texto anterior, para dar dicas práticas de automotivação.
Todo final de ano é a mesma coisa, parte da população faz uma breve revisão do ano que passou e uma grande maioria elabora as famosas listas de ano novo. Essas são escritas baseando-se no anseio de que o ano seguinte seja melhor do que o anterior.
Esses itens são muito interessantes e até motivadores, e seriam maravilhosos se não fosse por um único ponto: normalmente assim que inicia o ano seguinte, essa bela lista vai para a gaveta ou simplesmente é esquecida, tornando-se um acúmulo de boas intenções sem um sentido prático.
Itens como abandonar um vício, iniciar uma atividade física, reaquecer a vida sexual a dois, motivar-se no trabalho, fazer o curso “X” (postergado há tempos), emagrecer, entre tantos outros são muitas vezes deixados de lado.
O que faz esse processo de tanta alegria e motivação sair pelo ralo? Justamente pelo fato de alegria e motivação serem emoções e, caso não sejam renovadas, esvaecem-se.
Quando a pessoa está redigindo a lista, seus pensamentos são positivos (imagens mentais positivas) e consequentemente seu humor também. Nesse momento há a intenção de realizar o que está sendo escrito, pois todo esse conjunto gera motivação. Já em relação ao momento de realizar o conteúdo da lista, envolvem diversas questões para concretizar sua efetivação. Vejamos uma a uma e como lidar com elas.
A volta das férias no início do ano é o momento de começar “a colocar a mão na massa”, retorna-se também as tarefas diárias e obrigações. Por isso é necessário compatibilizar a rotina já estabelecida com o que foi desejado (planejado). Nesse ponto, muitas pessoas já malogram, pois nosso dia a dia, normalmente, nos traz diversas coisas a serem feitas e, se não houver foco, todos os anseios se perderão no turbilhão de afazeres.
O que fazer para não cair nessa armadilha?
Manter as imagens mentais positivas é um passo importante. Ao visualizar um futuro positivo ou uma meta sendo atingida, consequentemente você se alegra e se motiva. Seu humor e sua disposição para efetivamente entrar em ação estão em consonância com o caminho que você se dispõe a trilhar. Assim você se alinha para iniciar esse processo de uma maneira positiva. O contrário ocorre quando se começa a imaginar que não dará certo, que não conseguirá realizar o proposto, que fracassará… isso já é meio caminho para não conquistar o desejado.
Gerenciamento do tempo
É essencial que se pratique o gerenciamento de tempo. A base para que isso ocorra é avaliar como o seu tempo está sendo despendido atualmente e quais as atividades que você executa. Algumas perguntas a se fazer:
Como estou aproveitando meu tempo?
Quais atividades executo no meu dia a dia?
Quanto tempo disponho para cada uma delas?
No que concentro a maior parte do meu tempo?
Tudo o que faço é necessário?
Posso delegar algo?
Estou desperdiçando tempo?
Como posso aproveitar meu tempo de maneira mais eficiente?
Ao responder essas questões, tenha sempre em mente o que se deseja alcançar. Dessa maneira você percebe o quanto sua rotina o aproxima ou o afasta do que você quer.
Separe o urgente do importante
Julgar o quanto de tempo se despende na execução de tarefas urgentes, mas que nem sempre são ligadas aos seus objetivos, em detrimento da execução de tarefas importantes para a realização dos mesmos, é outro ponto a se verificar. De maneira geral, é necessário visualizar o quanto seu dia a dia está abrangendo atividades relacionadas às suas metas e o quanto seu tempo e disposição estão sendo utilizados em outras atividades que não influenciam positivamente para suas conquistas.
Somente sonhos… ou metas? Três itens importantes: metas definidas, planejamento e prazo
Não ter objetivos claros é outro ponto que pode causar o insucesso. É preciso saber exatamente o que se deseja, possuir um planejamento e também prazo. Esses três itens diferem os sonhos das metas. Sonho é algo fantasioso, distante e não palpável. Do contrário um objetivo é algo concreto, alcançável e com evidências. Por isso detalhar o máximo possível o que se almeja, planejar como se chegar lá e determinar prazos para isso é essencial.
As metas podem ser de curto, médio ou longo prazo. Para todas elas os procedimentos são os mesmos. Independente do tempo que se levará para alcançá-la, é necessário ter um cronograma e um plano de ação. Essas duas ferramentas garantirão que você mantenha-se no foco e não perca tempo. Fora isso, garantem que, ao dividir o objetivo em pequenos passos, você faça todo o necessário para completar sua empreitada até seu alvo, não se perca e não esmoreça. Ao segmentar a meta, você cria diversos pontos de chegada e, cada um deles é uma nova conquista. Essa técnica mantém a motivação e empenho durante todo o caminho.
É preciso também experimentar, testar, praticar, pois ninguém acerta de primeira. Além disso, algumas vezes a ideia que se faz antes de colocar a mão na massa pode ser de que a coisa seja mais difícil do que realmente será, ou seja, se subestima o desafio e em função disso ele pode acabar tomando proporções muito maiores e inviabilizando-se. Por isso, experimentar é fundamental. O que ocorre também, é que muitas vezes ao se praticar algo, você começa a ganhar desenvoltura nisso (desenvolve habilidades e competências nessa área) e o gosto pela atividade começa a surgir, pois nós gostamos do que fazemos bem. Em função disso tudo, propor-se tarefas periódicas e cumpri-las garante grande parte do sucesso nessa empreitada e auxilia na sua mudança de comportamento.
É indispensável que a mudança de comportamento seja levada em conta, uma vez que na grande maioria das vezes, ela está envolvida na realização de uma meta ou talvez seja a própria meta.
Zona de conforto
Mudar não é fácil. Sair da zona de conforto, ou seja, do que já se conhece, mesmo que não seja tão bom, pode causar desconforto. É necessário avaliar e refletir o papel e o manejo dos ganhos a curto e a longo prazo. Muitas vezes esses ganhos são excludentes entre si, quando se tem um, não se tem o outro (pelo menos parcialmente) e, esse fato pode minar seu êxito em atingir seu objetivo.
Ganhos a curto prazo são muito atraentes, pois se tem um benefício logo adiante e algumas vezes sem muito esforço. No entanto, geralmente eles não satisfazem por muito tempo, pois findam com o término de seu estímulo. Além disso, por serem efêmeros, não preenchem os verdadeiros anseios de ninguém e não trazem o sentimento de realização. Por isso para reforçar sua motivação frente à sua meta, é preciso ter sempre em mente os benefícios que ela lhe trará.
Manter-se focado em sua meta e congratular-se com os pequenos êxitos, também auxilia a lidar com esse impasse dos ganhos a curto e longo prazo.
Fora isso, negociar consigo mesmo os limites e parâmetros do que se deseja ser atingido pode ajudar. Por isso faz-se necessário o autoconhecimento, criação de novas opções, enfrentamento, tentativa e erro, entre outras coisas. Em função disso, nem sempre conseguimos ter sucesso se não contarmos com parcerias ou algum tipo de suporte ou auxílio, que tenha entre outras funções a de nos motivar e nos cobrar resultados.
Pode-se contar com um amigo ou familiar no processo de busca ou realização. É fundamental salientar que, independente da escolha do apoio a ser obtido durante o processo, a responsabilidade pelas escolhas, atitudes e pelo processo em si é da própria pessoa. Por esse motivo isentar-se da responsabilidade não é proveitoso, mas beneficiar-se de uma boa parceria sim.