por Renato Miranda
Em nosso último texto sobre adaptação ao exercício físico e resistência física e psicológica frente às demandas da rotina de treinos (clique aqui e leia), um dos pré-requisitos para que tenhamos um estilo de vida saudável é a motivação.
A motivação (leia textos anteriores) é seguramente um dos assuntos mais estudados na psicologia do esporte. É natural tal constatação, pois a motivação é reconhecida como a energia do treinamento.
Quando conseguimos definitivamente nos motivar para uma rotina de exercícios físicos, descobrimos ao longo do processo de treinamento que a mesma necessita ser renovada na medida em que nossas necessidades são contempladas.
Parece complexo, mas de fato para a manutenção da motivação um processo de renovação de tempos em tempos precisa ser estabelecido. Faz parte do comportamento humano e pode ser resumido da seguinte maneira: quando atingimos algum objetivo é preciso mobilizar novas necessidades para traçarmos novos objetivos a serem alcançados ou então, ao finalizar uma tarefa nada nos resta a não ser iniciar uma outra ainda mais desafiadora.
Em exemplo para uma rotina de exercícios físicos, pode-se dizer que quando se desperta uma necessidade para correr cada vez mais rápido um determinado percurso, ou conseguir correr distâncias cada vez mais longas, tem-se então um tipo de comportamento motivado.
A força da motivação frente nossos mais variados tipo de comportamento pode se resumir na capacidade que a motivação tem em transformar as pessoas. Nesse sentido, o comportamento desmotivado para motivado pode acarretar algumas das seguintes transformações:
Alienação para envolvimento
A pessoa em comportamento motivado se envolve naturalmente com seu programa de exercícios físicos e passa a ter consciência dos benefícios, importância e da liberdade que esse estilo de vida lhe proporciona e em pouco tempo a dependência de hábitos sedentários é superada pelo amplo envolvimento das mais diversas atividades físicas.
Tédio para satisfação
Quando motivadas as pessoas fisicamente ativas substituem a percepção de tédio em relação à rotina diária pela satisfação em realizar tarefas com o máximo de rendimento possível e com menor desgaste psicofísico.
Incapacidade para controle
O que desanima muitas pessoas em realizarem programas de exercícios físicos é a autoavaliação que têm sobre suas próprias incapacidades. A manutenção do exercício físico gera um comportamento motivado que ao seu tempo transforma a incapacidade pelo controle das mais diversas situações. Quando sentimos que somos capazes de realizar tarefas, um saudável sentimento de controle nos impulsiona à frente.
Objetivos exteriores para objetivos próprios
Quando motivados em nossa rotina de exercícios físicos, não nos preocupamos com modismos e avaliações externas, passamos a ter nossa própria meta e consciência daquilo que temos que fazer para nosso próprio bem. Com isso nossa autoestima é elevada e nossos objetivos pessoais adquirem mais valor.
Decepção para gratificação
Observe que pessoas desmotivadas são na verdade pessoas decepcionadas. No exercício físico não é diferente. Quando se consegue vencer etapas iniciais de um programa de treinamento, a motivação é mantida e substitui o sentimento de decepção. Portanto, é fundamental estabelecer metas realistas a serem atingidas para que se possa manter a motivação.
Em conclusão, pode-se perceber como o comportamento motivado cria transformação e gera energia para seguirmos em frente, além disso, o primeiro passo depende de nós: quanto mais agirmos em direção aos nossos objetivos, quanto mais seremos motivados.