por Eliana Bussinger
Quais serão as principais mudanças que ocorrerão na sua vida nos próximos cinco ou dez anos?
Não, não estou pedindo que você adivinhe ou consulte o tarô.
Mas existem certas coisas para as quais simplesmente colocamos uma venda nos olhos e decidimos que não iremos nos preocupar com elas, mas sabemos muito bem que elas estão se aproximando no horizonte. Algumas delas já chegam a ser vislumbradas, mesmo assim continuamos a dar de ombros.
Tenho insistido em meus artigos que não podemos deixar simplesmente a vida nos levar. Se fizermos isso, ela poderá nos levar para algum lugar em que não queremos estar de forma alguma.
As empresas costumam fazer seus planejamentos pensando em horizontes até mais longínquos do que 10 anos. Elas sabem que precisam se preparar para o futuro no presente. Assim, após imaginar como querem estar em 5 anos, 10 anos, iniciam o traçado de estratégias e de ações que as levarão ao futuro que imaginaram. Elas não ficam esperando que as coisas caiam do céu. E caso deslumbrem no horizonte alguma tempestade se aproximando tratam de mudar a rota, revendo a estratégia que haviam determinado anteriormente.
As empresas – de qualquer tamanho – sabem muito bem que a única certeza que têm é que as coisas continuarão mudando.
Porque então, gerando mini empresas chamadas de lar, não conseguimos compreender que as coisas não serão as mesmas em cinco ou dez anos? Se não administrarmos bem nosso dinheiro hoje, alguma conseqüência futura irá acontecer, pode apostar!
Buda, assim que começou a ensinar, percebeu que todas as coisas passavam por mudanças.Seus seguidores acreditam, até hoje, que para que ocorra crescimento pessoal e espiritual verdadeiro, é de suma importância que as pessoas compreendam porque e como a mudança ocorre, e como fazer para que essa ocorrência não signifique dor e pesar. Ou seja, como fazer para não resistir à mudança e estar preparado para coisas novas. Isso está mais atual do que nunca, não lhe parece?
A primeira pessoa a registrar, de fato, a constância da transformação em nossas vidas foi o filósoso pré-socrático Heráclito "Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo" escreveu ele, observando um componente importantíssimo na evolução humana – a permanência da mudança. Ou sua inevitabilidade.
Benjamim Franklin, centenas de anos depois, cunhou uma expressão que também ficou famosa “As duas únicas certezas que temos na vida é a morte e os impostos”. Ben Franklin foi um dos mais notáveis inventores que a humanidade já conheceu, um verdadeiro agente de mudança.
Provavelmente juntando uma coisa com a outra, o guru da administração, Alvin Toffler, resolveu achar, com certa pertinência eu diria, que as nossas duas únicas certezas eram a morte e a mudança. Embora ele não nos conte como, acho que conseguiu de alguma forma ludibriar os impostos, porque eles foram excluídos da expressão original.
E a jornalista do Jornal Valor Econômico, Mara Luquet, fez uma descoberta surpreendente, que eu vou chamar de quarta inevitabilidade – crises financeiras. Ou econômicas como preferem alguns.
Diante disso, torno a perguntar, como você está se preparando financeiramente para os eventos que vislumbra em sua vida nos próximos cinco ou dez anos?