por Arlete Gavranic

Por que muitas mulheres têm essa fantasia de vivenciar uma prostituta? Essa é uma questão que freqüentemente recebo de muitas mulheres, seja pelo Vya Estelar ou no consultório. Em primeiro lugar, a fantasia sexual é fruto da imaginação e de um sonho relacionado à sexualidade. A fantasia pode potencializar nossa sexualidade, nos levando à busca maior do prazer, mesmo que jamais tenhamos condições de realizá-la. Serve também para se permitir vivenciar situações consideradas ‘impossíveis’ para aquela pessoa na vida real.

Mas porque será que esse fetiche é tão recorrente para mulheres, jovens ou maduras, com vida sexual ativa ou não?

As mulheres em geral sofrem muito com a autocensura de uma educação repressora e focalizam na prostituta a imagem de uma permissividade socialmente rejeitada.

Muitas quando têm a fantasia se questionam: ‘Será que sou pervertida e não sabia?’; ‘Adoro viver essa fantasia, ela me excita muito, mas tenho medo de estar sendo imoral ou alimentando um desejo perigoso’.

Quando pergunto a elas o que mais as mobilizam nessa fantasia elas respondem: ‘Essa é uma mulher liberada que ‘pode se permitir’ viver tudo em relação ao sexo sem restrições’; ‘Só assim consigo obter prazer em fazer ‘coisas loucas’; ou ainda ‘Assim posso tomar a frente e comandar a relação segundo meus desejos, não satisfazendo somente a ele’.

Muitas conseguem dividir de forma plena essa fantasia com seus parceiros, que adoram a idéia, mas outras, devido a mesma educação repressora, sofrem críticas, pelo fato deles não separarem a fantasia da realidade.

Por isso antes de dividirem essa fantasia com seus parceiros, percebam se eles têm perfil para desfrutá-la. Enquanto estiver com esse parceiro, talvez seja melhor você manter sua fantasia só para você.  Não estou aconselhando um comportamento repressivo, mas normalmente esta fantasia está ligada ao desejo de se soltar sexualmente.