por Tatiana Ades
Na infância já poderemos perceber alguns sinais de que a criança poderá ser um adulto ciumento.
Muitas crianças repetem comportamentos dos pais ou sentem-se inseguras com irmãos, acreditando que esses recebem mais atenção. Outras vezes, sentem ciúmes de colegas da escola. Geralmente o ciúme manifesta-se a partir dos seis anos de idade.
Existe o ciúme considerado “normal”, ou seja, ele é moderado, não traz tanta agonia para quem o sente e não torna essa pessoa prisioneira de uma vida infernal.
Em grau patológico a pessoa não consegue mais se libertar desse sentimento. Assim o ciúme guiará a vida da pessoa: o resultado será o caos tanto na sua vida como na do parceiro.
Nesse caso, a pessoa sente-se traída e incomodada o tempo todo, não consegue se concentrar no trabalho e em outras atividades. O ciúme fará dessa pessoa um escravo dos próprios sentimentos e aparecerá como forma de controle sobre a vida do outro e esse (se também estiver doente) não conseguirá sair do relacionamento, mesmo que se sinta cansado, prisioneiro e ameaçado. Há nessas relações doentias, um vínculo que nunca é pacífico. O que gera a relação é a endorfina das brigas e do próprio ciúme.
Importante ressaltar que cada indivíduo representa 50% da relação, ou seja, se ele fica num relacionamento regado a ciúme e brigas, ele também está doente.
Se pensarmos no universo virtual com suas diversas possibilidades de encontros e contatos com outras pessoas, isso pode gerar medo e até pavor nos mais ciumentos. Por outro lado, quem não sente ciúme e não se sente ameaçado, não terá insegurança em relação ao mundo virtual, pois a confiança já estará estabelecida, inclusive a confiança nele mesmo.
Muitas vezes o ciumento acaba sendo responsável por motivar a traição do parceiro. Muitas dessas pessoas, inconscientemente, buscam a traição real para pararem de sofrer, pararem de sentir a necessidade de ir atrás, de precisar desconfiar. Esse é um processo curioso, a pessoa cobra, vigia e briga tanto e, mesmo não encontrando pistas, continua a perseguir o outro em busca de alguma prova. Essas pessoas estão num estágio muito aguçado e perigoso em relação ao ciúme. Esse processo se chama paranoia e a pessoa só irá parar quando encontrar uma traição.
Mas em muitos casos, o próprio ciumento é quem trai. Essa pessoa trai ou deseja trair, pois quando ela trai, passa a crer que o outro agirá da mesma forma. Isso de forma inconsciente, pois temos a mania de projetar nos outros atitudes e comportamentos nossos – como se outro pensasse e agisse como nós.
Seis sintomas do ciúme doentio:
1º) Necessidade de saber de absolutamente tudo da vida do outro;
2º) Incômodos físicos e hipervigilância: pensamentos relacionados à traição o tempo todo;
3º) Paranoia: imagina-se sendo traído, costuma acusar o parceiro de estar olhando para outras pessoas, imagina cenas;
4º) Sensação de baixa autoestima;
5º) Ansiedade crônica;
6º) Depressão.