por Rosemeire Zago
Estamos aí em mais um Dia Internacional da Mulher, embora sejamos lembradas com alguns mimos e homenagem neste dia, ainda sentimos mais necessidade de agradar do que os homens. No entanto, eles não precisam nos encher de superpresentes, pois no fundo nossos desejos são simples – clique aqui e leia.
Você já parou para pensar se está constantemente querendo agradar aos outros, buscando aprovação e reconhecimento por tudo que faz? A maioria das pessoas age dessa maneira e nem sequer percebe, pois muitas vezes essa necessidade é inconsciente. Necessidade de quê? Em sentir-se importante? Será que importante o suficiente para ser amada?
É preciso muita honestidade consigo mesma para reconhecer esse comportamento. Fazemos isso de maneira tão natural que sequer nos damos conta. Mas reconhecemos claramente quando nosso objetivo em agradar é frustrado ao não sermos reconhecidas. Fazemos de tudo para que alguém perceba nosso valor. E quando não recebemos esse reconhecimento por quem somos, procuramos obtê-lo pelo que fazemos e pelo aquilo que temos.
Por mais que as pessoas digam que o mais importante é ser do que ter, parece que no dia a dia isso se torna esquecido. Esse comportamento não é exclusivo das mulheres, mas é nelas que se apresenta muito mais. Ficamos sem comer as coisas que mais gostamos para emagrecermos; trabalhamos exaustivamente sem descanso; deixamos a casa impecavelmente limpa e arrumada; a roupa lavada, passada e cheirosa no armário; preparamos uma jantar especial; sobrecarregamos-nos para dar conta de tudo e cuidar de todos e às vezes não recebemos nenhuma reação do outro lado, que demonstre ter percebido todo nosso empenho.
E quando vamos ao cabeleireiro, gastamos um dinheirão, ficamos horas para sairmos mais bonitas e ao chegarmos em casa, sequer percebem a diferença? Em todo o caso, se não houver reconhecimento de alguém, ficamos decepcionadas e frustradas. Ficamos com a nítida sensação de que nossa dedicação – quase compulsão – em agradar, não é sequer percebida. Brigamos, gritamos e passamos a ser a errada na história pelo simples fato de demonstrarmos nosso descontentamento com tamanho descaso.
Como resposta ouvimos que só sabemos reclamar e cobrar. Mas será que tem que ser sempre assim? Todo ser humano quer ser reconhecido pelo que faz, seja no trabalho, nos afazeres domésticos, na educação com os filhos, no cuidar da pessoa amada… Enfim, fazemos pelo outro, mas também nos alimentamos ao sermos reconhecidos, mas é preciso observar quando essa necessidade se torna o objetivo principal.
O que nos leva a querer agradar tanto a alguém e nem percebemos?
A mulher geralmente é ainda quem mais demonstra seus sentimentos e pelo próprio instinto, preocupa-se mais em ser e sentir-se útil. Porém, se analisarmos profundamente, essa necessidade surge de uma outra: ser aceita; não que os homens não sintam essa necessidade, mas acabam por demonstrar mais segurança, o que nem sempre corresponde ao que estão sentindo.
O impulso de querer agradar é muitas vezes produzido pelo medo da perda. É quando você acredita ser incapaz de viver sem o que – ou quem – teme perder. Sente que o menor erro pode ter consequências terríveis, devendo tomar cuidado com o que fala e como age para evitar uma rejeição.
Assim, uma pessoa que sente necessidade em agradar, ainda que seja inconsciente, está sempre tensa, ansiosa, sempre tentando adivinhar o que os outros querem que ela seja e como deve agir, pois a opinião dos outros é muito mais importante que a dela mesma. Aos poucos aprende a não ter desejo algum, opinião alguma. Tudo que faz é para agradar ao outro. Escuta as opiniões dos outros antes da sua própria.
A opinião dos outros, igual às necessidades deles, são mais importantes que as próprias. Quem deseja agradar coloca quase sempre seu valor próprio nas mãos dos outros e depende inteiramente do julgamento deles e é isso que deve ser evitado. Sua estratégia está em se concentrar nos outros, com o desejo de obter aprovação, admiração, reconhecimento, atenção das outras pessoas, de modo a ser aceito por eles, pois na verdade, não se aceita e nem se aprova.
Enquanto não conseguir obter aquilo que no fundo deseja – agradar para conseguir atenção – maior se torna sua necessidade. Na verdade, sua necessidade não é agradar, é ser aceita, valorizada. Só enfrentando o que estiver sentindo, seja o que for, lhe proporcionará uma percepção da própria força, da sua riqueza de recursos internos e da sua capacidade de conseguir o que quiser e chegar até onde se permitir.
Mas enquanto seu desejo em querer agradar ocultar outras necessidades, ainda que sejam inconscientes, suas necessidades mais profundas continuarão a ser negligenciadas, pois o objetivo em apenas querer agradar pode estar ocultando sua busca pelo próprio valor. Todo ser humano precisa de reconhecimento pelo que faz, mas há uma diferença enorme entre querer esse reconhecimento de uma maneira saudável e depender do reconhecimento exterior a ponto de tornar-se incapaz de viver sem ele o tempo todo. Reveja com honestidade seu objetivo e comprometa-se em agradar a si mesmo, reconhecendo seu valor pela pessoa que você é, esse com certeza é o primeiro passo para alcançar seus objetivos mais sagrados!