Como esperar uma atitude desejante de mulheres que foram educadas para serem desejadas?
Resposta: Ótima pergunta! E, para respondê-la, vamos direto ao ponto. Se uma mulher passou a vida inteira sendo ensinada que o papel dela é ser desejada, faz sentido esperar que, de repente, ela aja com atitude desejante? Faz sentido cobrar dela algo que nunca lhe foi permitido desenvolver? É como esperar que alguém que sempre foi passageiro, de repente, saiba dirigir. Sem aulas, sem prática, sem sequer saber que poderia segurar o volante.
Desde cedo, muitas mulheres são treinadas para agradar, para serem bonitas, atraentes, cuidadosas – mas quase nunca são estimuladas a desejar, a tomar iniciativa, a expressar o próprio desejo sem medo de julgamento.
Enquanto isso, os homens são educados para o oposto: para conquistar, para tomar a frente, para desejar ativamente. O resultado? Um descompasso. Um cenário em que os homens esperam atitude desejante de mulheres que foram ensinadas a esperar pelo desejo do outro.
Mas isso significa que o desejo feminino não existe?
Claro que não. Ele existe – e muito. Só que, em muitos casos, precisa ser redescoberto. Precisa de espaço para se manifestar sem culpa, sem repressão, sem a velha história de que “mulher que deseja demais não se valoriza”.
Então, em vez de esperar uma atitude desejante de quem foi ensinada a ser desejada, talvez a pergunta certa seja: como podemos criar um ambiente onde as mulheres se sintam livres para desejar? Porque, no fim das contas, o desejo nasce da liberdade de poder desejar.
Atenção!
Esta resposta não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.