por Arlete Gavranic
No texto anterior, falei sobre as saias-justas que acontecem na intimidade (clique aqui e leia).
‘Pegando carona’ nesse assunto, há uma queixa muito frequente das mulheres: a falta de ‘pegada’ por parte dos homens!
Veja o que elas dizem…
“É como se alguns homens sempre ficassem à espera de que a mulher tomasse a iniciativa”
Julia, 29 anos, bancaria
“Será que eles têm receio de tomar uma atitude mais sensual/envolvente e serem rejeitados?”
Debora, 31 anos, dentista
“Eles chegam querendo ir logo para o sexo ou viram amigo. Ninguém ensinou para eles, que eles ganhariam muito mais pontos, se fossem sedutores e sensualmente carinhosos?”
Celina, 27anos, professora
“Por que muitos homens tem ‘mão mole’ na hora de acariciar? Cadê a ‘pegada’?“
Beth, 37anos, empresaria
“No namoro as carícias ainda tinham toque, depois vem casamento, filho e aí o toque parece carinho em criança, falta sensualidade, tesão. Casou, acabou?”
Lia, 40 anos, gerente de marketing
O ponto em comum em todas as queixas e a falta de um toque sensual, que chamo de ‘pegada’.
A ‘pegada’ está em crise?
Os homens têm receio ou estão acomodados com a iniciativa feminina?
Como psicóloga e terapeuta sexual vejo as duas coisas acontecendo. Muitos homens estão acomodados. O fato de muitas mulheres estarem mais pró-ativas em relação a investidas sexuais traz para muitos (principalmente tímidos e inseguros que temem ouvir um não) uma espera confortável da aprovação feminina, para então tomar iniciativa, quando o terreno parecer garantido.
Sem contar a competitividade feminina e a desenvoltura de muitas mulheres que dizem:
– ‘quero sexo’;
– ‘gostei ou não desse jeito de fazer sexo’;
– ‘gostaria que fizesse de tal maneira, pois pra mim é mais prazeroso’…
Isso é para muitos fonte de inibição, pois se associa a um sentimento de rejeição.
Uma maior liberação sexual ocorreu há 50 anos, e ainda não tem 25 que a mulher assume mais seus desejos e busca de prazer. Isso tudo é muito novo para os homens e eles temem ser comparados, principalmente se o quesito for desempenho sexual.
Esse é um assunto que ativa o núcleo de insegurança masculino, pois nem os jovens e os mais velhos, têm como se ajudarem a viver uma condição tão recente. É por esse motivo também que sempre oriento os casais a serem cuidadosos com a atitude de ficarem dividindo todas as experiências pregressas, pois comparações tendem a trazer mais dificuldades e inseguranças.
Para colaborar (ou piorar) esse quadro, sabemos que os homens são muito pouco educados a viver o prazer corporal n ahora do sexo. Eles são extremamente genitalizados, pois sempre receberam a mensagem que prazer é gozo genital. Amigos, parentes e filmes pornográficos passam isso.
Assim, os toques corporais ou são diretos e genitalizados, ou são de carinho, pois quem acariciou esses ‘meninos’ foram mães e avós. Além do mais, é muito pequena a experiência de fazer massagem ou contatos mais sensuais.
E é aí que entra a crise das carícias corporais que poderiam ou deveriam ter um caráter sensual.
Desenvolver essa ‘pegada’ pode ser muito interessante para que esses homens tenham uma aproximação mais promissora e sensual com as mulheres.
Como deve ser a ‘pegada’ que elas desejam?
O toque sensual envolve um jeito de pegar, firme, envolvente … Em relação à intensidade, não deve ser muito mole e nem muito firme ao ponto de ser dolorido ou desconfortável.
Homens! Conversem com amigas, irmãs, primas ou parceiras e peça para que elas te mostrem a intensidade que gostam de sentir uma ‘pegada’. Com certeza elas vão gostar de poder ajudá-los a desenvolverem um potencial que elas adoram.
Outra possibilidade, faça massagens, aprenda a sentir seu corpo e a perceber o quanto esses toques com ‘pegada’ são excitantes e sedutores. Afinal, essa é a intenção na hora da conquista.