por Anette Lewin
Depoimento ‘bem-humorado’ de uma leitora
Namoro uma pessoa faz três anos. Logo no começo, percebi que não aconteciam beijos em momento algum. Fiquei chateada e perguntei: Por quê???
A resposta foi que eu tenho mau hálito. Na época não tinha verba pra fazer nenhum reparo odontológico. Faz três anos que namoro sem beijo.
Segunda questão: percebi que não rolava cama também. Perguntei:
– O que acontece?
– Bem…você está travada e assim eu não consigo.
Bom… para eu destravar, só fazendo plástica no peito, porque sofro com isso desde adolescente. Na época também não tinha verba para cirurgia. Então, sem cama também.
Mesmo assim, essa coisa que ainda se reconhece como um "namoro" continua, embora exista esse peso enorme.
Fora isso, sem carinho.
Bom … a resposta, é que a mãe dessa pessoa era pegajosa, desequilibrada, e então isso lhe criou uma aversão a carinho. Segundo a pessoa em questão, um lugar onde ele sabe dar carinho é na cama e, por tudo o que falei, não tem acontecido.
Detalhe: Fico DESESPERADA e AMARGURADA com essa impossibilidade. E a pessoa em questão, fica tranqüilíssima com a impossibilidade. Quando pergunto:
Por que fica tão zen com tudo isso acontecendo?
– Porque minha família era um hospício e eu não sei mais ficar maluco com problemas. Quando aparecem problemas, eu fujo e vou levando bem frio porque não tenho mais combustível para me desesperar.
Quando pergunto por que é tão controlado comigo e nunca vibra, sendo que vive dizendo que me ama?
A resposta é que ele pensou em se matar após o término de uma relacionamento. Sofreu TANTO que agora tem problemas com isso.
Eu vou começar meu tratamento no dentista essa semana e em breve vou fazer a cirurgia. Às vezes penso em não vê-lo até que tudo esteja resolvido. Às vezes penso em ir levando. Já sofri até aqui, agora que estou na reta final, que diferença faz.
Acho esse cara cruel. Deixa-me na geladeira sexual tranquilamente porque tenho esses defeitos. Mas fora isso, é um grande amigo. Mas muito blasé… sei que existe algo de muito errado.
Detalhe: Estou no pico de uma supermenopausa.
Ninguém merece…
Diga-me o que sente lendo isso por favor.
Grande abraço
Resposta: Acho que seu humor muito especial é bem mais importante do que plásticas para segurar uma relação. Cada um de nós tem que saber o que usar para seduzir. Talvez, no seu caso você esteja colocando uma ênfase muito importante no corpo e deixando de mostrar a ele o que mostra aqui nesse e-mail: uma pessoa divertida, bem-humorada, boa companhia.
Você não deve usar essa energia para tentar modificá-lo. As explicações que ele dá, afinal, são bastante convincentes, não é? Cada um de vocês tem seu papel na relação e quem tem mais condições de "temperá-la" é você, enquanto ele dá o tom "zen". Aceite ao invés de contestar. Curta o que acontece e não se lamente pelo que não acontece. Afinal, na menopausa já se aprendeu bastante para concluir que bater de frente não dá certo, não é?
ATENÇÃO: As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento