por Eduardo Ferreira Santos
Depoimento de um leitora:
“Até terminar o ensino médio eu era uma pessoa normal, adorava ler, realmente comia livros. Era esforçada nos estudos, conseguia aprender e entender apenas em uma leitura. Quando terminei o ensino médio comecei a fazer cursinho preparatório para o Enem, fui percebendo que minha concentração foi diminuindo, estudava, estudava e nada, não conseguia aprender quase nada. No ano que prestei o Enem não consegui entrar no curso que queria. Todo mundo me fazia perguntas: o que iria fazer da vida e tudo mais. Comecei a trabalhar no mercado da família e a fazer faculdade à distância. O curso não é bem o que eu quero, mas foi o que deu pra fazer até agora e por medo não quis desistir. Estou em um grau de ansiedade que nem eu tô me suportando, ando angustiada, martirizo varias coisas, coisas que podem dar errado, coisas que não sou capaz de fazer, vergonha por falar ou fazer alguma coisa e a interpretação causar algum desastre. Ando com uma vontade imensa de chorar, porém não consigo. Ando voando, literalmente, até às vezes quando coloco o fone de ouvido, as músicas parecem que nem estão tocando, minha cabeça fica voando. Não sei mais o que fazer.”
Resposta: Em sua história, acho que não dá para falar em DDA (Déficit de Atenção ou THDA – Transtorno da Hiperatividade e Déficit de Atenção), pois o que chama à atenção é sua intensa ANSIEDADE com traços DEPRESSIVOS.
Aparentemente, algo aconteceu no final de seu curso médio que tenha originado esse transtorno que você está vivenciando agora.
Houve algum trauma? Alguma mudança significativa em sua vida?
De qualquer forma, embora não a ajude muito, pode-se dizer que você está sofrendo um transtorno depressivo e ansiedade que requer ajuda psiquiátrica e/ou psicoterapêutica.
Parece que sua dificuldade de concentração decorre dessa ansiedade toda e a depressão vem em seguida devido às frustrações causadas por sua incapacidade em realizar seus desejos.
O melhor mesmo é procurar um psiquiatra/psicoterapeuta que poderá avaliar melhor o seu caso, medicá-la, se necessário, e descobrir o "trauma" que possa ter causado essa mudança.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracteriza como sendo um atendimento.