Não há cura para o autismo, mas quanto mais cedo se detectar o diagnóstico, melhor para a criança

Da Redação

De acordo com o psicólogo Edson Toledo, o autismo infantil foi primeiramente descrito por Leo Kanner na Universidade de Johns Hopkins, em 1943.

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O termo autismo ou, mais precisamente, Transtorno de Espectro Autista, que não tem cura, descreve prejuízos em interações sociais, comunicação social combinados com comportamentos rígidos e repetitivos suficientemente graves que geram dificuldades no desenvolvimento da pessoa enquanto ser humano, afetando diversas áreas da vida. O portador vive imerso em seu próprio mundo, já que ele cria uma realidade própria.

O transtorno ocorre em pelo menos 1% das crianças e, em 70% dos casos, ocorre de forma concomitante com algum outro transtorno psiquiátrico. Aproximadamente 60% das pessoas com transtornos do espectro autista possuem deficiência intelectual, sendo 50% em nível leve e 50% entre os níveis moderados e graves.
Por isso Edson ressalta, “É de grande importância que os serviços de saúde estejam preparados para reconhecer o transtorno”.  

Dia Mundial de Conscientização do Autismo: 2 de abril

Para marcar a data, a Prefeitura de Juiz de Fora, em parceria com o Grupo de Apoio a Pais e Profissionais de Pessoas com Autismo (Gappa), realizará uma semana especial sobre o assunto.

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O tema será a “Inclusão sem preconceito, semeie essa ideia”; haverá mesas-redondas, palestras, passeatas, recreações, distribuição de panfletos e atividades com a finalidade de mobilizar usuários, familiares, trabalhadores e a comunidade em prol da discussão e do combate ao preconceito e à falta de informação sobre o tema.

Como lidar com o autismo  

Caso exista a suspeita de autismo, a criança, o jovem ou o adulto deve ser encaminhado para grupos específicos, compostos por equipes multidisciplinares com pelo menos um pediatra e/ou psiquiatra da infância e adolescência e/ou neurologista, fonoaudiólogo e psicólogo. O tratamento com equipe multidisciplinar visa proporcionar ao indivíduo com autismo o máximo possível de autonomia (na escola, no mercado de trabalho e na sociedade como um todo) e qualidade de vida; isso por meio de estimulação de suas potencialidades atreladas à assistência a suas dificuldades. Dois elementos-chave para o sucesso do tratamento são o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, geralmente intensivo, estruturado, individualizado e abrangente.

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O principal objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da criança por meio da redução dos sintomas do autismo e do suporte ao desenvolvimento e aprendizado.

Uma equipe experiente deve desenvolver o programa para cada criança. Há várias terapias para autismo disponíveis, incluindo: terapias de comunicação e comportamento, medicamentos, terapia ocupacional, fisioterapia…

Não existem medicamentos capazes de tratar os principais sintomas do autismo, mas, muitas vezes, são usados medicamentos para tratar problemas comportamentais ou emocionais que os pacientes com autismo apresentem, como agressividade, ansiedade, problemas de atenção, compulsões extremas que a criança não pode controlar, hiperatividade, irritabilidade, alterações de humor, surtos, dificuldade para dormir e ataques de raiva.

Autismo: musicalidade inspira o tratamento

Artigo publicado na revista Psicologia USP relata um tratamento inovador criado para crianças autistas, partindo da experiência de um projeto de extensão universitário ligado à rede de saúde mental e a um serviço de psicologia na Universidade Federal do Ceará.

A proposta é oferecer um espaço que permita às crianças, como sujeitos, produzirem algo que expresse sua identidade e sofrimento por meio da música, “bem como outras ferramentas que as auxiliem na construção de laços e maior interação com os outros”. Os benefícios e as contribuições da música são compartilhados pelos autores do estudo, que nos contam a experiência dos profissionais envolvidos neste trabalho – saiba mais.

Autismo: programas de comunicação    

Existem programas que ensinam as crianças como agir em determinadas situações sociais e como se comunicar propriamente. Um desses programas é a ABA, sigla em inglês para Análise Aplicada do Comportamento, muito utilizado em crianças pequenas com algum distúrbio dentro do espectro do autismo. Os programas de ABA normalmente são feitos na casa da criança sob a supervisão de um psicólogo.

Outro programa é o TEACCH (sigla em inglês para Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados à Comunicação), que utiliza recursos visuais que ajudam a criança a trabalhar de forma independente e a organizar e estruturar seu ambiente. O TEACCH tenta melhorar as habilidades e a adaptação de uma criança.

Serviço:

O DSME promoverá, no próximo dia 2, na Praça Trevo do Bom Pastor (Aloha), a partir das 14 horas, a distribuição de folhetos com o objetivo de conscientizar a população sobre os sintomas do autismo e o papel do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Caps IJ) no atendimento a esse público. Além disso, haverá a entrega de sementes de girassol, cataventos na cor azul, confeccionados pelos usuários, e apresentação dos Médicos do Barulho.

No dia 6 de abril, acontece a mesa-redonda com o tema: “Autismo: Desvende esse Mundo”, no auditório do Centro de Vigilância em Saúde (Avenida dos Andradas, 475, Centro), das 10 às 12 horas, com a participação da coordenadora do Caps IJ, Elaine Schuchter, o neuropediatra Bernardo Fuscaldi, a fonoaudióloga Letícia Cintra e a médica especialista em psiquiatria da infância e adolescência da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Márcia Fávero. A mesa será aberta aos servidores da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e ao público externo. Não é necessário fazer inscrição.