por Thaís Petroff
A ideia do texto de hoje é refletirmos o quanto permitimos que o passado dite nosso presente e futuro.
Quantas vezes você já ouviu alguém dizendo que por ter vivenciado "x" situação no passado, então não faz mais isso hoje ou alguém que nunca mais fez "y" coisa porque fez e deu errado.
Alguns exemplos concretos são: "não demonstro mais meus sentimentos, porque o fiz com meu ex-namorado e me machuquei"; "nunca mais conto meus segredos para ninguém, pois confiava na minha amiga e ele me traiu"; "não trabalho mais com chefe mulher, porque a que eu tinha atazanava a minha vida" etc.
Esses todos são exemplos de regras que criamos diante de alguma situação no passado que não foi boa. Sim, precisamos aprender com os erros e utilizá-los para nos aprimorar, mas se agarrar a regras absolutas diante de situações relativas: Todos os namorados machucam as namoradas quando elas se abrem emocionalmente? Todas as amigas contam os segredos umas das outras? Todas as chefes mulheres são terríveis? para se proteger de possíveis novos sofrimentos só necessariamente criará outros.
Quantas e quantas pessoas se prendem há algum acontecimento no passado como se o evento do passado determinasse todos os eventos futuros. Como sendo causa e efeito. Passam a vida continuamente se lembrando do que ocorreu e se esquivando de que isso possa ocorrer novamente. Desse modo o sofrimento continua se propagando, mesmo muito tempo após aquela situação ter acabado, já que a lembrança é despertada com frequência e, além disso, há perdas no presente pelas esquivas que são feitas.
Como se desprender dessas amarras?
Precisamos pensar, que na realidade somos nós que continuamente vamos construindo e reconstruindo novas situações que nos lembram a(s) antiga(s). Quando por exemplo estou carente e me abro com alguém que mal conheço e nem tive tempo para criar um laço de confiança, posso estar repetindo o mesmo caminho do passado. Se acabo me envolvendo com o mesmo padrão de homem nos relacionamentos que tenho, o problema não está em demonstrar meus sentimentos, mas sim, a quem faço isso. Se tiver o azar de ter uma chefe chata e me nego a ser subordinada à qualquer outra mulher, posso perder boas oportunidades de trabalho e de crescimento pessoa e profissional.
A questão é muito mais melhorar seus filtros (sua percepção) e suas habilidades sociais do que se fechar dentro de um muro de regras. Até porque, muitas vezes, justamente aquilo que mais nos concentramos em evitar, pode ser justamente o que nós mesmos criamos (vide texto profecia autorrealizável).
Faça uma lista das regras que você criou para você mesmo(a), perceba o quanto elas são ou podem ser relativas, permita-se testar a validade das mesmas e desafiá-las.