Por Marta Relvas
A Neurociência é uma área de conhecimento que estuda mais profundamente a compreensão do cérebro humano, bem como seu desenvolvimento e funcionamento, envolvendo diferentes profissionais e revolucionando assim os estudos científicos. Ela até pode dá respostas confiáveis nas questões sobre a aprendizagem humana, auxiliando na compreensão daquilo que é comum a todos os cérebros.
Sendo assim, esse conhecimento sugere novos caminhos para a educação, no entendimento das capacidades individuais e na reestruturação do ensino, unindo a educação com a Neurociência no estudo da aprendizagem. Existem diferentes teorias da aprendizagem que, geralmente, buscam respostas partindo da infância, justamente porque a criança passa a fazer associações entre as informações que recebe desde o nascimento e a “organização” dessas informações em aprendizagem, contudo, o mistério encontra-se na maneira como essa criança é conduzida a associação dessas informações, ou seja, como se dá a aprendizagem.
A aprendizagem não deve ser considerada como fator isolado de entrada e saída de informações, mas sim um processo que engloba o cerebral, o psíquico, o cognitivo e o social. Assim sendo, cabem avaliar as diferentes experiências que ela vivencia e experimenta.
As brincadeiras continuam tendo papel importante na vida das crianças, presente em toda a história da humanidade. Embora, atualmente, o incremento da indústria de brinquedos, que comercializam no mercado objetos cada vez mais atraentes, modifiquem as interações sociais, favorecendo que as brincadeiras privilegiem mais a velocidade de informações, por conta da tecnologia. Contudo, há estudos neurocientíficos que investigam a relação do desenvolvimento dos cérebros das crianças enquanto estão brincando, suscitando a liberação de hormônios que facilitam o processo de aprendizagem.
As evidências neurocientíficas cada vez mais comprovam o aumento das conexões entre as células cerebrais e a relação de um ambiente enriquecido e contextualizado a realidade infantil. A ocorrência de estímulos adequados, que favorecem a plasticidade neuronal, contribui para um melhor desenvolvimento cognitivo. Por isso, a Neurociência fundamenta a prática pedagógica, e quando há o respeito pela dinâmica de funcionamento do cérebro, essa tende a ser mais eficaz, por quanto se aprende, quando se é motivado e se faz com prazer aquilo que é significativo. A estimulação adequada nos primeiros anos de vida oportunizará ao cérebro a utilização de todo o potencial de reorganização de suas redes neurais.
Por fim, reconhece-se que, o brincar possa funcionar como um caminho possível para um convívio familiar mais saudável e prazeroso e para uma educação que garanta um dos direitos básicos de cada criança em busca do pleno desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor e social.