por Roberto Goldkorn
Assisti a um documentário sobre Nikola Tesla. Confesso que sabia pouco sobre ele e me surpreendi. Foi um supergênio, um verdadeiro Leonardo Da Vince do século XX. Inventor brilhante, com mais de setecentas patentes mundiais registradas e um histórico de alguns sucessos e muitas frustrações.
Seus biógrafos dizem que ele "caiu em desgraça" quando começou a defender a existência de vida extraterrestre. Ele propôs uma arma de partículas capaz de derrubar aviões ou até impedir exércitos causando pouca destruição de vidas, na mesma hora que Einstein desenvolveu as bases da bomba atômica. O governo americano pesou as duas vias e optou pela bomba, cujos resultados todos conhecemos.
Tesla parecia mesmo estar sendo orientado por inteligências extraterrestres tamanha a sua inventividade e talento incomum. Ele inclusive confessa, que depois de um experimento que quase o eletrificou, passou a ter uma mente "cósmica" com acesso ao conhecimento do universo. Mas observando a vida de Tesla, vamos ver que ele teve sistematicamente, a presença de antagonistas, "desmontadores" que faziam de tudo para sabotar seus inventos e suas iniciativas. Só para dar um exemplo, ele conseguiu um financiamento que usou para desenvolver o que seria uma fonte inesgotável de energia limpa e GRATUITA para toda a humanidade. Imediatamente seu poderoso financiador cortou seus fundos e depois de uma série de sabotagens (algumas conhecidas e outras ainda secretas), sua torre experimental foi destruída e o projeto abandonado.
Olhando a trajetória dele, podemos perceber que existe aquele processo de criação e destruição. E essa destruição passou inclusive pela desmoralização de sua imagem, tornando-o "patético" diante da opinião pública e, é claro, entre seus pares. Tesla seria apenas mais uma vítima de seu próprio pioneirismo? O mundo não estava preparado para ele, ou se tratou de uma sistemática sabotagem?
O exemplo de Tesla é apenas um em centenas e talvez de milhares de pessoas especiais que ao longo de seu tempo tentaram plasmar novos rumos para a humanidade e tiveram seu tapete puxado por "forças ocultas", ou não tão ocultas assim. Podemos falar de Galileu, Copérnico e tantos outros que foram detidos no seu tempo, para serem resgatados muitos anos depois.
No que eu acredito? Acredito cada vez mais que somos a arena de conflitos maiores, ainda desconhecidos para nós e às vezes apenas tangenciados. Creio que devido ao nosso baixo nível de consciência e desenvolvimento, tem sido relativamente fácil a manipulação de nossas mentes e corações, por inteligências, digamos "superiores". Qual o interesse dessas inteligências superiores no nosso destino? Honestamente eu não sei, tenho algumas pistas, mas confesso que escapa ao meu entendimento.
Essa briga de foice no escuro de nossas mentes, não é travada apenas nas mentes luminosas do tipo Tesla e cia. Olhemos à nossa volta, luz e escuridão estão ali, aqui, dentro e fora de cada um de nós, gerando progresso e vida, ou sabotando o progresso e a vida. Parece uma gangorra, quem sobe muito, logo é puxado para baixo e vice-versa. Mãos invisíveis controlando o jogo, como fazemos nos videogames manobrando freneticamente o joystick.
Essa dualidade, esses jogos vorazes entre os dois lados da força, estão na nossa história e no nosso cotidiano. Quando Hitler subiu ao topo do mundo, tinha consciência de que cavalgava no dorso de poderes ocultos, sombrios é claro, que tinham a "melhor das intenções" (apressar o advento da Idade do Ouro para a humanidade), mas era apenas lobo em pele de lobo mesmo. Nesse caso, forças luminosas turbinaram os opositores do Terceiro Reich, e deu no que deu. Tivemos e temos grandes escuridões e grandes Luzes, pequenas sombras e pequenas luzes, e muitos tons de cinza no meio dessa guerra sem fim.
Se você concordar com essa teoria da conspiração, pode se ver imerso numa constatação cruel: e o tal livre-arbítrio? Quer dizer que as escolhas que fizemos e fazemos não foram bem "escolhas" no sentido estrito do termo? Sinistro não é mesmo? Mas olhando à nossa volta, com olhos bem abertos, fazendo o balanço frio e objetivo do estado atual do mundo, não se torna muito difícil nos vermos como arena de uma guerra invisível cujos resultados sentimos na pele todos os dias.
Mas atenção, o que parece ser obviamente escuridão, pode não ser… no longo prazo. Nem sempre o que parece ser a mais diáfana Luz, Bem e Vida, pode não ser no longo prazo. Como podemos saber, se estamos (como humanidade) atolados na nossa prisão temporal – o presente, e com um nível de consciência igual ao salário do Professor Raimundo?
Não, não podemos, e isso é de certa forma bom, porque nos livra da responsabilidade que os deuses têm, ou deveriam ter, já que eles sim, podem vislumbrar o futuro (pelo menos é o que se espera de deuses). Por sermos ainda crianças inconscientes, podemos relaxar, um pouco diante desses grandes dilemas e assim fazermos as nossas escolhas com base no que apenas podemos conceber.
E o que podemos conceber aqui e agora? Podemos e devemos, como pessoas, como parte do gênero humano, escolher um lado e lutar por ele, e aceitar as consequências dessa escolha. Assim fazendo, entramos para algum time cujos jogadores e técnicos não vemos, não conhecemos, e nem desconfiamos o que pretendem. Essa "escolha" pode ser "destrutiva" como os jovens que "escolhem" lutar ao lado de terroristas, ou "redentora", tipo entrar para os "Médicos Sem Fronteiras". Pode ser a escolha de destruir intencionalmente a natureza ou de arriscar a vida para salvar as baleias.
Quando fazemos escolhas, podemos não estar cem por cento conscientes, podemos fazê-las ainda imerso em nossa ignorância e pretensão, mas é melhor do que tentar se abrigar no meio, na massa sem rótulo que é empurrada daqui para ali, pelos jogadores. Mas não seria a "não escolha" também uma escolha?
Meu consolo dentro dessa "arrogância" dos personagens de videogame que somos, é que pelo placar do jogo, mesmo os jogadores – que muitos chamam de "deuses"- também erram, fazem más escolhas, se arrependem etc. Afinal de contas, se um lado está certo, ou outro deve estar… errado, se não todo o tempo, pelo menos em determinadas conjunturas ou estratégias.
Por isso, cada vez mais me convenço que nosso trabalho mais meritoso, é conquistar Consciência e fazer escolhas mais conscientes, embora nem sempre seja tão simples assim. Por ora já acho um avanço não jogar o óleo usado na pia, separar o lixo, e recolher o cocô do meu cachorro – pode não salvar a humanidade, pode não ser um passo decisivo na direção dos desígnios divinos, mas é uma escolha que tem pouco risco de estar errada.