por Elisandra Sé
É comum toda pessoa mudar de forma significativa durante a vida adulta e na velhice. Os processos de “mudança” e “estabilidade” ao longo da vida, numa perspectiva do desenvolvimento psicossocial, nos leva a examinar o desenvolvimento individual e as influências sociais no indivíduo em interação com os outros na sociedade e acredita-se que esse processo é fundamental para compreendermos as mudanças percebidas que ocorrem com a idade, principalmente na vida adulta.
Naturalmente, fatores biológicos, econômicos, ambientais, sociais e políticos também podem influenciar o desenvolvimento da vida adulta. São fatores que interagem com o processo psicossocial e é importante notar que essa interação não é simples; as mudanças quando acontecem não é de uma “hora para outra”. Os adultos são ativos num determinado padrão complexo de interação e são afetados por sua assimilação da experiência dessa interação. Portanto, todas as pessoas afetam ativamente seu meio social e físico e se sentem mudadas nessa experiência de interação com a sociedade.
George Hebert Mead, filósofo da universidade de Chicago que se interessou em descrever o processo de interação social, a natureza do self e o relacionamento entre self e sociedade afirmou que os seres humanos evoluíram como seres sociais e que suas habilidades para interagir com o outro através de símbolos (tais como linguagem oral/escrita e gestos) foi particularmente para compreender a natureza do self humano; assim sua abordagem ficou conhecida como interação simbólica. Somos seres simbólicos.
Essa teoria da interação simbólica permanece na literatura sociológica, antropológica e psicológica e é uma corrente importante para entendermos os processos complexos das relações interpessoais e intrapessoal que caracteriza a vida adulta e a velhice. Trata-se de uma abordagem ou perspectiva que descreve o funcionamento do ser humano na sociedade. Esta abordagem também ajuda a compreender a interação humana.
A interação humana ou interação simbólica tem um foco também na experiência interior individual, o que Mead chamou de autoconsciência, que implica num processo de experiência pessoal quando a pessoa deseja entender ela mesma. Esse processo é vital para o desenvolvimento do ser humano da infância à vida adulta e na velhice. Trata-se de um processo contínuo durante a vida adulta. Na introspecção, o processo envolve concentração, foco sobre um sentimento, envolve o acompanhamento de experiências internas tornando-as pensamentos e palavras.
O nosso processo de desenvolvimento adulto é fruto de experiências de “momento a momento”, onde todos os “momentos vividos” podem tornar-se “momentos presentes”.