O guardião dos afetos

Dialogue com o guardião dos afetos… aquele que te impede de expressar seus sentimentos por medo, por insegurança, por esquecimento.

Um ano depois do início da pandemia vemos o reflexo dessa devastadora realidade. Amigos, parentes, conhecidos, desconhecidos, jovens, crianças, idosos, ricos e pobres. Todos vítimas de um ser in-visível, que penetra nossa vida, que nos obriga a enterrar silenciosamente nossos entes queridos.

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Fiquei imaginando onde ficam nossos afetos. O choro silencioso ronda as ruas vazias. Engolimos forçosamente a dor de não poder dar o último abraço. Ficamos paralisados pela voz que se cala diante da morte.

Onde estão os afetos?
Onde estavam seus afetos antes da pandemia?
O que fazer com eles agora?

Expresse-os…

Dialogue com o guardião dos afetos… aquele que te impede de expressar seus sentimentos por medo, por insegurança, por esquecimento. O guardião que você criou para cuidar dos sentimentos mais profundos, pois sabemos o quanto dói quando o amor é desvalorizado pelo outro. Vamos aprender a desenvolver o amor incondicional. Aquele que ecoa livre como uma brisa doce, e libera o que há de mais sagrado em nós, seres humanos.

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Reveja a história da sua vida. Quantas pessoas passaram por você? Quantas pessoas te fizeram bem? Quantas pessoas te ajudaram amorosamente?

Não esqueça de nenhuma… agradeça. Dê um sorriso. Escreva uma carta. Mesmo de máscara seus olhos irão transmitir o amor e gratidão que você sente pelas pessoas. E esse olhar amoroso será a melhor lembrança que atravessará as dimensões da vida e da morte.

E quando por fim chegar a hora de partir… vá em paz. Consciente de que tentou fazer o seu melhor. Faça agora.

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Psicóloga graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com especialização em Saúde Mental e Qualidade de Vida pela Unifesp-EPM, e Mestrado em Ciências da Saúde pela Unifesp-EPM. Atua na área clínica com a abordagem junguiana, e como pesquisadora colaboradora no Laboratório de Estudos da Personalidade do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP/USP). Mais informações: www.psicoterapiajunguiana.com.br