por Blenda de Oliveira
"Tenho um ano de casada, meu esposo é mais velho e tem uma filha de 10 anos. Eu e ela nos damos muito bem e ela gosta de mim. Tudo que digo em relação à filha dele: quando peço para dar descarga no banheiro; quando peço para juntar os brinquedos dela na sala ou quando não estou com disposição de estudar com ela… Ele alega que faço isso, porque tenho inveja, que não gosto dela, que tenho ciúmes e que não vê a hora dela crescer para poder se defender de mim. Vale salientar que ele fala isso na frente dela e por isso brigamos muito, porque não aceito isso. Eu sempre a tratei bem; nunca alterei sequer o tom de voz com ela; nunca briguei; cuidei dela desde pequena (dava banho, limpava bumbum). Até a mãe dela reconhece o que faço pela menina. Isso tudo já desgastou muito meu casamento."
Resposta: Se vocês pretendem continuar juntos devem se apressar em buscar uma orientação em que os dois estejam juntos. Do jeito como as coisas estão sendo conduzidas pelo seu esposo, é bastante difícil para você e para sua enteada. Mesmo que você fosse a mãe biológica, pais não devem ser desautorizados na frente dos filhos, com exceção de agressões graves que não é nem de longe o caso.
Quando nos casamos com alguém com filhos, é muito importante que os papéis das madrastas ou padrastos sejam alinhados e respeitados. Na sua relação isso não vem ocorrendo e por isso pode trazer prejuízos difíceis de ser recuperados. Por exemplo, a separação do casal de uma forma pouco consensual, prejuízos para crainça que perde uma relação afetiva que pode ser efetiva e afetiva, ou seja, traz benefícios. O impedimento que esse pai pode provocar para construir uma nova relação com projetos comuns e um bom alinhamento de objetivos.
Tente buscar um aconselhamento psicológico, mas que ele também participe. Será importante que ele mude a forma de se colocar e entender as razões pelas quais está tomando as suas orientações à enteada como agressivas e traumáticas. Se ele não consegue lhe enxergar como parceira, ficará difícil prosseguir e, com certeza, a criança sofrerá, já que tem com você uma relação de amizade e companheirismo.
Boa sorte!