por Sonia Corazza
O que acontece na pele feminina pós-menopausa a gente já sabe. O último período menstrual que caracteriza a menopausa ocorre, em média, entre os 45 e 54 anos, trazendo um quadro de hipoestrogenismo, isto é deficiência na taxa de estrogênio no corpo, que acarreta uma piora significativa para a qualidade da pele feminina. A camada de gordura da hipoderme começa a desaparecer, isso dá o aspecto de um rosto mais murcho, o rosto “cai”, perde o volume interessante das maçãs, ganhando uma aparência entristecida. Há diminuição dos tecidos conjuntivos e a perda da flexibilidade da pele, depois de um sorriso, a pele não volta ao mesmo local, a “memória do movimento” fica registrada em linhas e sulcos, que vão se aprofundando com o tempo. Mas e os homens?
Níveis de testosterona
A andropausa ainda gera muito desconhecimento e medo quanto a melhor conduta a ser adotada. A reposição hormonal está indicada quando a presença de sintomas sugestivos de deficiência androgênica (hormônio masculino) for acompanhada de níveis séricos de testosterona (um androgênio) total abaixo de 300 ng/dl e níveis de testosterona livre abaixo de 6,5 ng/dl. A testosterona é o mais importante hormônio masculino e o homem adulto produz aproximadamente 7mg de testosterona todos os dias. No exame de sangue essa produção é constatada normal quando o nível de testosterona está entre 300 e 1.000 ng/dL (nanograma por decilitro). A Organização Mundial da Saúde conclui que o maior objetivo da reposição hormonal é manter os níveis de testosterona próximos das concentrações fisiológicas
Consequências também para a pele
O climatério masculino, que se caracteriza pelo declínio da testosterona plasmática em homens acima de 50 anos, causa na pele masculina a perda de sua sustentação, o que a torna menos maleável, flácida e propensa a formação de rugas. Além disso, a cicatrização do tecido cutâneo torna-se mais lenta, a pigmentação da pele fica irregular e há uma dilatação progressiva dos vasos cutâneos, tudo isso decorrente da ação conjunta do fotoenvelhecimento associado ao envelhecimento cronológico.
No homem os sintomas se instalam lenta e progressivamente, diferentemente da menopausa na mulher. Também pode-se verificar a diminuição do colágeno do tipo IV, que é produzido pelos queratinócitos e secretado para o espaço extracelular, fazendo com que a pele tenha menor sustentação e fique propensa ao aprofundamento das rugas.
E não é só no rosto….
A falta da testosterona altera o corpo masculino de forma geral. Da mesma maneira que o equilíbrio metabólico de gorduras no corpo feminino é modificado, também os homens como passam a ter maior propensão para acumular gordura subcutânea. Além do decréscimo de libido e da diminuição do interesse sexual, ocorrem alterações de humor e de memória, maior irritabilidade e outros sintomas depressivos.
Há que se repensar a cosmética masculina como forma de resgatar a autoestima e boa aparência para o público masculino também, que aos 50 está só na metade da vida!