por Revista do RH
Esse é um assunto polêmico: comparar CEOs e psicopatas pode trazer reações exarcebadas de quem considera que os dois perfis são incompatíveis.
“Mais de 15 anos se passaram desde o lançamento do filme Psicopata Americano, que trouxe à tona a ligação entre o sucesso no mundo corporativo – em particular em uma empresa financeira – e traços psicopatas.
Ainda que exagerado, o filme ilustra a bem conhecida ligação entre tendências antissociais e sucesso em uma carreira de negócios. Em uma famosa palestra, o psicólogo Robert Hare disse que ‘nem todos os psicopatas estão na prisão – alguns estão sentados à mesa de negócios’.
A maior parte dos líderes não é psicopata – e a maior parte dos psicopatas não é líder em alguma empresa. Entretanto, manifestações mais sutis de psicopatia são, sem dúvidas, razões do sucessos em várias empresas.
Comportamentos de CEOs e psicopatas se confundem
De fato, há três áreas nas quais o comportamento dos psicopatas e dos CEOs se confundem.
Ausência de medo ou de assumir riscos: essas qualidades são glorificadas no mundo ocidenal, provavelmente por serem um sinal de força e poder. E isso é um reflexo da nossa noção intuitiva de uma boa liderança, moldada pela evolução. Nossos ancestrais preferiram ser liderados por líderes bravos e destemidos – os psicopatas modernos têm também um pouco desses traços de personalidade.
Carisma – quando você pergunta a qualquer pessoa quais são os principais atributos da personalidade, carisma provavelmente estará na lista. Na realidade, o carisma ajuda as pessoas a emergirem como líderes, mas faz muito pouco pela eficiência. Tanto CEOs como psicopatas geralmente são charmosos e carismáticos.
Problemas com autoridade: ter dificuldades com o chefe pode ser um problema para sua empregabilidade. Ironicamente, isso pode torná-lo um chefe atraente. Muitos empreendedores bem-suscedidos tiveram problemas em suas carreiras. Muitas startups de sucesso começaram como um ato de vingança por pessoas que eram muito desobedientes e rebeldes para manterem seus empregos. O que não faltam são CEOs que fundaram empresas e que podem ser comparados a psicopatas funcionais: eles têm uma empregabilidade quase zero, mas conseguem se organizar ao ponto de construírem seu negócio próprio (só assim para terem um emprego).
Ainda que a psicopatia seja raramente encontrada em mulheres, os homens apresentam esse traço mais comumente. Se a proporção de mulheres CEOs aumenta, o link entre a psicopatia e a liderança provavelmente irá diminuir. Desnecessário dizer, se as empresas entendessem os perigos de promoverem pessoas com um perfil psicopata, provavelmente teriam menos homens (e mais mulheres) no comando.
Fonte: Revista do RH/Hogan Brasil: www.revistadorh.com.br