por Elisandra Sé
O senso de controle refere-se a crenças e expectativas a respeito de suas habilidades para desempenhar comportamentos que auxiliam na obtenção de resultados desejados e sobre as respostas em relação ao ambiente tanto físico como social para o seu comportamento.
Segundo os autores Lefcourt (1976) e Phares (1976) o senso de controle é um eixo para uma ampla variedade de comportamentos (desempenho intelectual e estratégias de enfrentamento) e para o bem-estar físico e mental.
O conceito de controle é importante para o cumprimento de exigências no desenvolvimento ao longo da vida, focalizando aspectos específicos do curso de vida e tem sido utilizado em diversas áreas, principalmente da psicologia, incluindo desempenho intelectual, a saúde e o comportamento social.
Existem processos importantes que são concebidos na teoria do controle. O controle primário e o controle secundário.
O controle primário envolve tentativas de alterar o contexto que a pessoa vive, controlar as ações de modo que satisfaça seus desejos. É ter o controle absoluto sobre você. E o controle secundário refere-se às tentativas de permitir-se ser controlado e “nadar a favor da corrente”. Na vida real o controle primário e secundário se fundem no decorrer da vida, dependendo dos obstáculos e desafios a serem enfrentados.
A pessoa que possui maior controle primário consegue modelar seu ambiente e satisfazer seus desejos particulares e seu potencial para o desenvolvimento. O controle secundário ajuda a pessoa lidar com o fracasso, como também favorece o controle primário. O controle secundário pode atuar como um suporte em diferentes ações do controle primário, sendo apoio aos manejos metamotivacionais – ou seja, implica em uma reflexão sobre si).
Entender como funciona o senso de controle na vida auxilia-nos a fazer escolhas, valorizar as metas de vida, a escolher melhor as estratégias sociocognitivas e emocionais para lidarmos com perdas associadas à idade. Mas é importante saber que ao optar por determinado caminho, acaba a possibilidade de vários outros. O fundamental é ter consciência que quem quer buscar a felicidade tem que ter o controle emocional da sua vida.
Senso de controle diminui com o avanço da idade
Sabe-se que de modo geral os idosos vivenciam mais situações de declínio fisiológico e incapacidades associados a doenças e à idade, principalmente os mais idosos. Esses estão mais propensos a ter que enfrentar problemas de saúde e situações nas quais se têm pouco controle, cujas mudanças são às vezes irreversíveis. É importante saber como os idosos concebem seu senso de controle.
As mudanças físicas e sociais acompanhadas de incapacidades e fragilidade desafiam o senso de controle das pessoas e têm implicações sobre a saúde e seu funcionamento com a diminuição do controle primário. Ao longo da vida cresce o controle secundário.
Dessa forma, é preciso saber quais são os comportamentos para promoção de saúde e prevenção de doenças e como lidar com incapacidades crônicas. Estas são questões norteadoras nas áreas da psicologia que ainda precisam ser estudadas.
O envolvimento social para diminuir os contrastes sociais e comportamentos dependentes é de suma importância. Por isso, precisa-se estimular e motivar os idosos a manter sua independência ao longo da vida.
Fatores como a história de vida e os antecedentes familiares também fazem diferença de como os indivíduos desenvolvem e mantêm seu senso de controle em relação aos ganhos e perdas da idade na funcionalidade e na competência.
Controle primário
O controle primário é o preferido, pois ele ajuda a pessoa a modelar seus ambientes para atender suas necessidades particulares e tem mais valor adaptativo. Mas a vida pede o equilíbrio emocional. As estratégias de controle primário e secundário ao longo da vida precisam ser dosadas.
Sabemos que nem tudo é prazer, nem tudo é dor. Mas também não podemos estar sempre navegando como passageiros da vida. É preciso tomar as rédeas da vida. Obstáculos sempre existirão. Assumir o controle da vida é assumir a repercussão que o ato tem em você. É assumir o controle do bom e do mal, do certo e do errado, do limpo e do sujo. É a repercussão do que acontece no mundo externo dentro de nós. Isso é assumir o controle da vida.