A autolesão não suicida é um fenômeno de longa data e tem se constituído como um grande sintoma da sociedade atual. Esta autolesão ganha adeptos principalmente na população jovem, especialmente pela propagação no ambiente virtual e maior exposição nos veículos de mídia. Seu ápice aconteceu em 2016, com as notícias sobre o jogo Baleia Azul.
Veja cinco questões relacionadas à autolesão não suicida:
1. O que é automutilação sem intenção suicida?
É um comportamento de alguém que está em sofrimento e tem como principal objetivo o alívio de dor emocional. Apesar de muitas vezes o comportamento suicida e a automutilação sem intenção suicida estarem associados, não são a mesma coisa. Na autolesão a pessoa não tem intenção de interromper a própria vida, tem sim a intenção de lidar com o sofrimento psíquico, produzindo lesões em seu corpo. Devemos ressaltar que tanto a autolesão não suicida quanto o comportamento suicida devem ser abordados com cuidado, avaliados e tratados adequadamente.
2. As pessoas se mutilam (ferem) de uma única maneira?
O corte em alguma parte do corpo é o método usado por 90% das pessoas que se mutilam. No entanto, outras formas são usadas, como queimar-se, morder-se, bater-se e mesmo amputar um membro. Geralmente usam partes do corpo pouco visíveis, ou passam a adotar peças de roupas pouco usuais para o período do ano, no intuito de esconder essas partes do corpo. Um exemplo típico é o uso de casacos, mesmo em dias de calor.
3. As pessoas que se mutilam têm um único objetivo?
Muitos motivos podem levar uma pessoa à automutilação não suicida. Uma pesquisa listou 13 motivos ou funções citados pelos jovens que praticam automutilação. Entre eles, o alívio da dor emocional, a autopunição, o desejo de vingança, querer pertencer a um grupo, de provar que aguenta a dor, de procurar ter alguma sensação. De sentir algo.
4. As pessoas que se mutilam querem chamar a atenção?
Chamar a atenção de alguém pode ser um dos motivos que levam uma pessoa à autolesão não suicida, porém devemos lembrar que essa hipótese demonstra um grau de sofrimento e adoecimento, então não se deve minimizá-la, muito pelo contrário, a pessoa deve ser ajudada a buscar um tratamento.
5. O que devem fazer os pais que descobrem seus filhos se mutilando?
Os pais devem sempre acolher, conversar, buscar o entendimento do que está passando com o seu filho. Nunca minimizar as queixas ou motivos de sofrimento. Brigar, reprovar, punir criará um afastamento entre as pessoas e a tendência é agravar-se a situação. Provavelmente, é hora de buscar atendimento com profissionais de saúde mental (psicólogo e psiquiatra). É importante vencer o estigma e a resistência a buscar ajuda especializada.
Para saber mais acesse: http://portalsinan.saúde.gov.br/violência-interpessoal-autoprovocada