Por Arlete Gavranic
Recebi o seguinte e-mail de um leitor:
"Ultimamente tenho chegado ao orgasmo muito rápido e as parceiras têm reclamado. Gostaria de saber se isso é ejaculação precoce?"
Embora alguns profissionais de saúde insistam em querer marcar tempo para designar se é ou não um caso de ejaculação precoce (ejacular em menos de um ou dois ou minutos), a definição atual mais aceita pela sexologia é:
Ejaculação precoce ou rápida é quando o homem goza/ejacula antes da parceira em mais de 50% das relações sexuais (estamos falando de uma parceira sem dificuldades sexuais, é claro).
Mas essa disfunção sexual pode ser situacional em função de algo que tenha provocado ansiedade e insegurança.
Por outro lado, alguns homens sempre 'funcionaram' assim, às vezes por serem muito ansiosos, ou por terem aprendido desde cedo a serem rápidos para não serem pegos pelos pais enquanto se masturbavam ou namoravam às escondidas. Essa rapidez está relacionada a questões psico-emocionais e é um mito achar que a ejaculação precoce seja orgânica.
Mesmo assim, alguns profissionais indicam para esses casos o uso de antidepressivos, que teriam como efeito colateral retardar um pouco a ejaculação, mas também podem trazer a diminuição da libido.
O uso de medicações não é a melhor solução, pois não possibilita o aprendizado de conter a ejaculação por um tempo maior, bem como o autoconhecimento corporal que pode anteceder a ejaculação. Os remédios podem reduzir quadros de ansiedade, mas não de insegurança, um conteúdo psiquico que pode ser adormecido, mas não removido com medicação.
Através da terapia sexual tem sido possível tratar a ejaculação precoce sem criar dependência química. Opção essa aceita por urologistas. Cito inclusive o Dr. Sidney Glina, atual presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – SBU, que no último congresso da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana, realizado em setembro de 2005, foi categórico: 'Não trato ejaculação precoce por meio medicamentoso, pois essa disfunção se resolve com terapia sexual'.
O processo de terapia sexual realizado com um especialista, resulta na aprendizagem de um melhor controle ejaculatório, reduzindo a ansiedade que acompanha o desempenho sexual, trazendo a autoconfiança e o prazer. O tempo de duração do tratamento é de seis meses média, mas cada caso é um caso.
Não é impossível que a pessoa consiga resolver o problema sozinha, mas é difícil, pois o paciente precisa adquirir autoconhecimento corporal, isso é feito através de exercícios dirigidos e identificar as causas de sua ansiedade.
Uma das técnicas utilizadas em terapia sexual é a da pessoa se masturbar tentando retardar o gozo, mas não é só se masturbar, é aprender a desenvolver um controle das sensações através de exercícios.