por Silvia Maria de Carvalho
"Não consigo viver sem o celular e isso está me fazendo mal. Até minhas amigas reclamam desse uso"
Resposta: Atualmente, exceção é aquele que não está conectado, seja por celular ou internet.
Olhe ao seu redor: é fácil achar alguém com o telefone na mão, colocando ou tirando do bolso, indo com ele ao banheiro e voltando, preocupado com a bateria carregada. Deixamos o aparelho ao lado da cama antes de dormir e ele já faz parte dos nossos hábitos. Como calçar os sapatos. Nem pensamos pra fazer.
Já não são apenas ligações telefônicas. Há o conforto do contato social, a velocidade das informações, notícias atualizadas a cada clique. Além de câmera fotográfica, GPS, jogos, e outras mil pequenas gratificações que "alimentam" nosso cérebro em fração de segundos.
Impossível andar para trás. Dificilmente vamos nos livrar da nova era. Nem poderíamos. Especialistas afirmam que nossa personalidade vai se transformando lentamente com o avanço da tecnologia.
Dependência do celular
Já tem um nome: nomofobia. É uma fobia ou sensação de angústia que surge quando a pessoa se sente impossibilitada de se comunicar por seu aparelho celular. Ou por estar sem ele no momento ou o lugar que ela se encontra não permite sinal para comunicação. É um termo recente, de origem inglesa – no mobile (sem celular). Importante salientar que estamos falando aqui de um comportamento de dependência, não de uma doença.
Os sintomas variam de acordo com a intensidade da dependência. Podem começar com grande preocupação da pessoa em manter sempre o aparelho com a bateria carregada ou ter dois celulares para garantia de disponibilidade contínua.
Há casos mais graves, onde o indivíduo tem significativa alteração de humor, taquicardia, ansiedade e irritação. No entanto, o uso de aparelhos celulares e da tecnologia não oferece riscos à saúde mental. Uma vez que a pessoa já tenha pré-disposição para transtornos de ansiedade, ele pode surgir, assim como surgiria se ela sofresse um assalto, por exemplo.
Alguns distúrbios de ansiedade ou depressão podem se esconder e se camuflar atrás dos nossos hábitos. Sintomas como taquicardia intensa, alteração de humor ou irritação, necessitam de avaliação profissional e variam de pessoa para pessoa. Podem ser acentuados com o uso compulsivo do celular, mas não são causados pelo hábito de usar o telefone intensamente.
Dicas para se livrar da dependência do celular
Se você percebe problemas em seus relacionamentos ou se prejudica no trabalho, com suas obrigações, podemos modificar alguns hábitos.
1ª) Programar saídas sem o telefone, mesmo que seja por curto período de tempo, pode ser o início.
2ª) Aguentar que o aparelho fique sem bateria por algumas horas e perceber que nada grave acontece. Aos poucos, você pode desfrutar desse tempo livre, sem precisar do cuidado extremo de ter que ser encontrada. As notícias chegam. Ou outros nos encontram, mais cedo ou mais tarde.
3ª) Avisar as pessoas que vamos retornar a ligação assim que possível não é um simples recado na caixa postal. Experimente isso, de fato. Vai perceber que as pessoas, assim como nós, podem aprender a esperar.Há vida enquanto se espera! Podemos ser criativos!