O que muda nas festas de fim de ano com a pandemia?

Um Natal diferente exigirá criatividade e atenção às crianças

Estamos vivendo uma pandemia que parece longe do término.  Se, no nosso País, com a primavera e o advento do verão, vivemos uma diminuição das pessoas infectadas e das mortes pela Convid-19, uma segunda onda do vírus acomete a Europa, onde cidades e mesmo países ameaçam se fecharem. Mutação do vírus, novas cepas? Parece que ainda pouco se conhece a respeito das enfermidades ocasionadas pelo vírus e as pessoas, no mundo inteiro, vivem a angústia determinada pela falta de certeza, pela total imprevisibilidade da doença.  

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Dentro dessa circunstância, estamos chegando ao fim do ano. Natal e Réveillon significam festas de confraternização, com familiares, colegas, amigos, que se iniciavam no mês de novembro e iam até a passagem do ano. Ocasiões para comemorar, celebrar a vida, para abraçar os amigos, para aproximarmos de todos que gostamos. Ocasiões para nos sentirmos unidos e para ficarmos juntos de pessoas que nem sempre partilhamos a companhia durante o ano, mas que lembramos sempre. Celebrações, que recordamos, aconteciam nas escolas, nos escritórios, no trabalho, nas igrejas, nos clubes etc.

Somos seres humanos, pertencentes a uma cultura e a uma sociedade que privilegiam os rituais de confraternização que caracterizam essa época do ano.  Podemos lembrar que difícil ficarmos alheios ao clima de confraternização que enchia as ruas: árvores, lojas e casas iluminadas, restaurantes e bares cheios…

Um Natal diferente exigirá criatividade e atenção às crianças  

Muito pouco de toda essa celebração acontecerá esse ano. Reunirmos para festejar, nos abraçarmos, nos beijarmos, tudo isso é inconveniente nesses tempos da pandemia. É possível que, para muitas famílias, isso só será possível com as pessoas com as quais se compartilhou o confinamento social.

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Talvez seja essa uma época onde sentiremos ainda mais a falta de pessoas que nos são queridas e que não podemos nem ver e, muito menos, abraçar e beijar.  A saudade e o desejo de aproximação serão sentidos nesse Natal.

Será necessária muita criatividade, para comemorarmos um Natal tão diferente. As pessoas costumam ligar a noite de Natal aos enfeites, aos presentes, às bebidas, às comidas da ceia. Será importante conseguirmos inventar para nossas crianças, uma noite de Natal que seja cheia de alegrias e de surpresas. Precisamos usar da nossa imaginação e reavivar o significado da noite do Natal.

No dia 25 de dezembro e na sua véspera dia 24, comemora-se o nascimento de Jesus Cristo, data que é festejada, pelo menos há 1.600 anos. Coincidiu com a festa pagã da Saturnália que era celebrada entre 17 e 25 de dezembro. Nem todas as pessoas conhecem o significado da festa do Natal, mas quase todo mundo conhece os símbolos natalinos, presentes nas decorações das festas do fim do ano.

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A árvore de Natal, um pinheiro, é a árvore da vida

O Natal é uma época cheia de imagens, sons e de sabores peculiares. A árvore de Natal, em geral um pinheiro, a única árvore que se mantém verde, mesmo no inverno, é a árvore da vida. Representa o nascimento, o crescimento e a união. Os druidas tinham o hábito de enfeitar velhos carvalhos com maçãs para as festividades dessa mesma época do ano. 

As bolas coloridas, que são colocadas nas pontas dos galhos simbolizam os frutos da vida humana e seus desejos, como o amor, a alegria, o perdão e a esperança. A estrela, na ponta da árvore e no presépio, representa a luz e o brilho nas nossas vidas, iluminando nosso caminho e mostrando a rota a ser seguida.

A guirlanda de folhas verdes, flores e frutas, arrumadas em círculo, constitui um símbolo de proteção. Nos tempos antigos, já era usada no Egito na entrada dos templos. Em Roma era usada nas portas das casas para atrair a saúde a seus moradores. Na Índia era usada para dar boas vindas aos visitantes e para proteger a casa dos demônios. Hoje, entre nós, é usada para dar boas vindas e para atrair, sorte, paz e prosperidade. A fita vermelha entrelaçada, alude à proteção divina.

As canções de Natal fazem parte de muitas tradições e foram difundidas nos países cristãos. Seu sentido é reforçar os valores como alegria e amor ao próximo.

Os símbolos natalinos reforçam a tradição cristã, que comemora o nascimento de Cristo. Mas, muitos desses símbolos repletos de histórias e significados, estavam  presentes desde as primeiras civilizações.  É sabido o quanto as crianças gostam de histórias e contar, para as nossas, a origem antiquíssima desses símbolos podem ser um presente inestimável.

Que esse Natal, diferente, seja devidamente bem festejado e que possamos também festejar a passagem do Ano, acreditando que o próximo ano possa ser muito melhor. Que não nos falte a esperança.

É psicóloga especializada em psicoterapia de crianças e adolescentes. Mestre em psicologia clínica pela PUC-SP, Doutora em Distúrbios da Comunicação Humana pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUC e autora de vários livros, entre eles 'Pais que educam - Uma aventura inesquecível' Editora Gente.