por Roberto Santos
"Gostaria que me tirasse uma dúvida. Fiz uma entrevista para emprego enviada por e-mail. Perguntaram-me qual foi a decisão mais desastrosa e a mais assertiva. Minha resposta foi nenhuma para a desastrosa e na assertiva foi: eu vim morar em tal cidade; ai dei um sorriso assim: kkk… Esse sorriso que dei no final é um ponto negativo?"
Resposta: Antes de responder à sua consulta, queria compartilhar com você uma pesquisa muito conhecida que aponta: na comunicação, 7% depende das palavras, 38% do tom de voz e 55% da comunicação não verbal (gestual, expressões faciais e corporais).
Por aí, podemos ter uma ideia de como uma comunicação limitada à escrita é limitada e propensa a criar problemas para quem a escreve e quem a recebe.
Nos dias de mídias sociais, Messengers, SMSs e Uatsapis, os "emojis" ou as expressões como "kkk" ou aquelas compostas com sinais de pontuação 😉 tentam suprir a deficiência das palavras isoladas do contato humano direto. Isso pode dar certo quando usamos a expressão correta para o público adequado. Então, no seu caso, dependendo da pessoa que lhe enviou a pergunta, o uso de um artifício informal como o sinal de riso, pode ser adequado ou inadequado.
Se por contato anterior, essa pessoa deu algum sinal de informalidade que lhe permitiria uma resposta informal, tudo bem; caso contrário, você pode mostrar um traço seu que pode ser mal ou bem interpretado. O que gostaria de tocar, contudo, é que mais importante do que o uso do "kkk" é o fato de uma resposta parcial à pergunta – "fugir" de citar uma "decisão desastrosa" não deve ter ajudado você. Todo mundo, um dia, já tomou uma decisão que acabou sendo desastrosa. O importante não é descartá-la em uma entrevista, como se fôssemos perfeitos, mas sim, comentar o contexto, o que fez, o resultado mas, principalmente, o que você aprendeu com isso.
Boa sorte!