Não basta só ressignificar, ou seja, reinterpretar o que ocorreu conosco, seja hoje ou lá atrás. É preciso aplicar esse novo entendimento em nosso cotidiano, pois há um grande abismo separando essas duas questões. Há algum exercício para se aproximar do ressignificar?
Temos uma tendência neurocerebral a repetirmos as ações e os comportamentos. Porque o nosso cérebro adora uma rotina e, assim, resiste às mudanças. Por repetirmos muito, podemos, às vezes, nos perder no significado e no sentido verdadeiro das coisas vividas.
É como nos disse Beto Guedes na sua canção “Sol de primavera”:
“A lição sabemos de cor, só nos resta aprender”. E é bem assim. Fazemos no automático, mas mais parece que nos resta aprender de verdade certas coisas.
O que significa ressignificar?
Ao longo da vida, nos percursos vividos, precisamos sempre ressignificar o que vivemos. Ressignificar como forma de reinterpretarmos os sinais e também darmos um novo entendimento às emoções e situações vividas, muitas vezes, tristes e doídas em nós. É preciso, pois, compreender porque doeu na gente. De onde vem esse “gatilho de dor” em nós. Por que nos incomodou tanto sentir isso ou aquilo.
Tentar voltar o nosso olhar para o passado com a lente e o filtro do recurso que temos hoje, ou seja, com a maturidade emocional e espiritual que há em nós hoje. Assim, com a maturidade de hoje, poderemos olhar para trás e enxergarmos diferente o mesmo fato vivido. Ressignificar e reinterpretar é sobre isso.
O exercício para chegar cada vez mais perto do ressignificar é tentar enxergar o próximo com os olhos dele. É difícil e complexo, mas muito mais justo com o outro. Só assim podemos compreender a verdade sentida no coração do próximo ao lado. É neste momento que você estará exercendo a empatia. Quando olhamos o outro pelas lentes dele, a empatia se faz presente.
Aquilo que você cultiva no seu coração é o que você vai oferecer ao outro. Portanto, cuide bem do que você planta e cultiva dentro de você.