O que significa digerir o ressignificar?

Não basta só ressignificar, ou seja, reinterpretar o que ocorreu conosco, seja hoje ou lá atrás. É preciso aplicar esse novo entendimento em nosso cotidiano, pois há um grande abismo separando essas duas questões. Há algum exercício para se aproximar do ressignificar?

Temos uma tendência neurocerebral a repetirmos as ações e os comportamentos. Porque o nosso cérebro adora uma rotina e, assim, resiste às mudanças. Por repetirmos muito, podemos, às vezes, nos perder no significado e no sentido verdadeiro das coisas vividas.

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É como nos disse Beto Guedes na sua canção “Sol de primavera”:

“A lição sabemos de cor, só nos resta aprender”. E é bem assim. Fazemos no automático, mas mais parece que nos resta aprender de verdade certas coisas.

O que significa ressignificar?

Ao longo da vida, nos percursos vividos, precisamos sempre ressignificar o que vivemos. Ressignificar como forma de reinterpretarmos os sinais e também darmos um novo entendimento às emoções e situações vividas, muitas vezes, tristes e doídas em nós. É preciso, pois, compreender porque doeu na gente. De onde vem esse “gatilho de dor” em nós. Por que nos incomodou tanto sentir isso ou aquilo.

Tentar voltar o nosso olhar para o passado com a lente e o filtro do recurso que temos hoje, ou seja, com a maturidade emocional e espiritual que há em nós hoje. Assim, com a maturidade de hoje, poderemos olhar para trás e enxergarmos diferente o mesmo fato vivido. Ressignificar e reinterpretar é sobre isso.

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O exercício para chegar cada vez mais perto do ressignificar é tentar enxergar o próximo com os olhos dele. É difícil e complexo, mas muito mais justo com o outro. Só assim podemos compreender a verdade sentida no coração do próximo ao lado. É neste momento que você estará exercendo a empatia. Quando olhamos o outro pelas lentes dele, a empatia se faz presente.

Aquilo que você cultiva no seu coração é o que você vai oferecer ao outro. Portanto, cuide bem do que você planta e cultiva dentro de você.

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online

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