Estava eu parada no semáforo de uma rua próxima à região da Vila Mariana, quando vi uma moça de aproximadamente 20 anos com um papel escrito: “tentando um novo começo”. Em outra mão ela carregava uma caixa de paçoca escrita R$1,00. Ela se aproximou do meu carro e sorriu. Eu sorri de volta, e só depois me dei conta de que poderia tentar ajudá-la. Mas era tarde demais… a fila de carros era extensa e ela foi percorrendo aquele corredor, em busca de algum trocado que a ajudasse a recomeçar. Que pena não ter conseguido conversar com ela.
Essa imagem continua ressoando aqui dentro do peito. O sorriso, o gesto, o olhar… seu corpo caminhando entre os carros, visto do retrovisor do meu carro. Ela não estava pedindo ajuda, estava vendendo paçocas com um propósito. Para mim, um propósito desconhecido. Para ela, uma jornada que valia a pena ser vivida.
Renascer em si mesmo
Em meu trabalho clínico já vi muitas pessoas renascendo em si mesmas. Em todas as idades, de todas as classes sociais, de origem cultural variada. Independente da origem e da condição social, sentimos um suspiro de vida que nos inspira a recomeçar.
O renascer em si mesmo aparece quando já não faz mais sentido mantermos essa vida cheia de repetições, e uma nova vida se faz necessária.
Quantas vezes você sentiu vontade de parar com a dinâmica que está adoecendo sua alma? Quantas vezes seu corpo parece pedir socorro, a ponto de ter que ir a um hospital?
Há um chamado da alma para essa transformação, há um chamado para deixarmos morrer algumas partes de nós mesmos, e nos permitir renascer em outro nível de consciência…
Sim, é um processo doloroso. Mas sabe? Vale a pena aprender a mergulhar, vale a pena enfrentar a floresta escura. Vale a pena recomeçar…
Desperte o arquétipo do herói em si mesmo, e reinicie a sua jornada…
Afinal, o que seria da nossa vida se não fossem as oportunidades de nos reconstruirmos?