por Arlete Gavranic
Não é o tempo que acaba com o namoro, mas a falta de atitudes que despertem e possam nutrir o desejo de estar juntos Essa é uma pergunta frequente, o medo da rotina esfriar e um perder o interesse pelo outro como objeto de desejo.
Nesses dias que antecedem o Dia dos Namorados, já atendi três mulheres e um homem que relataram o medo de que a data seja novamente uma decepção, por medo de que o parceiro esqueça o dia, ou não compre um presente, ou diga que esteja cansado para curtir uma noite romântica.
Muitos casais acham que essa data é só comercial. Mas comprar um simples presente – nada de presentes antiromânticos como um cortador de grama -, é uma forma de valorizar o outro sinalizando: “lembrei de você e ainda penso em namorar”.
A data é uma oportunidade para reinvestir na conquista, resgatar o namoro e fazer uma volta no túnel do tempo.
Túnel do tempo
Gosto muito dessa estratégia de túnel do tempo, mas com o cuidado de não resgatar momentos de conflitos. Essas questões precisariam ser elaboradas em outra ocasião.
Não estou falando de deixar pra lá ou de fingir que nada aconteceu. Muitos casais têm essa dinâmica de deixar mágoas escondidas debaixo do tapete. Falo de uma atitude consciente dos casais de avaliarem se desejam mesmo continuar juntos. Então precisam se dar uma chance de reconstruir um vínculo de afeto e confiança.
Uma dessas possibilidades é a de retornar no tempo. Esse exercício pode ser uma estratégia de aproximação. Coloque uma música que vocês gostavam na época em que se conheceram; alugue um filme que assistiram juntos ou promova uma sessão de fotos… Faça um painel relembrando momentos que foram divertidos e prazerosos. Parem para conversar, lembrem de quando se conheceram, o que um gostou no outro, o que tinha de bom em estarem juntos, como foi a conquista, o que você acha que tinha de sensual que atraía o outro, e o que te atraía no outro?
Às vezes nesse momento os casais se dão dicas do que sentem falta na relação, por exemplo: “Antes você se cuidava, se arrumava e isso me deixava estimulado… tenho saudades disso”. Mas tenha cuidado no jeito de falar, deixe o tom de reclamação de lado, só vale falar das saudades do que era bom.
Conversem, brinquem, relembrem, os primeiros amassos, a primeira transa. Vocês podem voltar a algum lugar onde dançaram ou jantaram.
É claro que o tempo promoveu mudanças. Não espero que você tenha a ilusão de que a parceria volte a ser como era. Sim, para alguns podem ter passado três, cinco, 10, 15, 25 anos, não importa. Então é muito bom que vocês dois tenham mudado, crescido, e experimentado novas posições sexuais… Mas isso não significa perder a atenção e o cuidado com o outro, o desejo de seduzir e experimentar novas formas de prazer.
Não é o tempo que acaba com o namoro, mas a falta de atitudes que despertem e possam nutrir o desejo de estar juntos.
Como já disse, o Dia dos Namorados pode ser uma boa inspiração para esse resgate das emoções a dois e de revelar novos desejos!