Trisal acabou: preciso de uma terceira pessoa para ser feliz? Não sei se consigo me manter numa relação a dois novamente.
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“Olá, tenho 25 anos, chamo-me Edmar – nome fictício. Recentemente, eu e meu marido decidimos nos envolver com uma terceira pessoa e formamos um trisal. Nós três moramos juntos por um mês e foi incrível! Só que meu marido começou a ter muitas insegurança e assim o trisal acabou. Porém, sinto muita falta do menino que foi embora e não sei se consigo me manter numa relação a dois novamente. Isso é normal? Eu preciso de uma terceira pessoa pra ser feliz? Como resolver essa saudade que sinto dele?”
Resposta: Novos modelos de relacionamento amoroso estão cada vez mais frequentes. Provavelmente esses relacionamentos sempre existiram, mas é só agora que a sociedade se abriu para tirá-los da clandestinidade, olhar para eles e discuti-los. Assim, quando você, caro leitor, que viveu uma relação de trisal que se desfez, pergunta se sentir falta do ex- integrante é “normal”, fica difícil responder de imediato. Afinal, esse tipo de relacionamento, pelo menos de uma forma assumida, é muito novo e não existem muitos parâmetros de comparação para avaliá-lo.
Seja casal ou trisal: cada relação é única
Na verdade, cada relação amorosa, seja de casal, trisal, convencional ou não, é única. Assim, é melhor avaliar como normal aquilo que os envolvidos no relacionamentos aceitam de comum acordo.
No seu caso, os três envolvidos conseguiram uma relação harmoniosa por um tempo, mas depois a homeostase se rompeu por ciúme do seu marido. E aí você não conseguiu mais voltar ao equilíbrio na relação a dois.
“Será que eu preciso de uma terceira pessoa para ser feliz”?, você pergunta. Vamos tentar avaliar o que significou para você essa relação a três. Será que foi a dinâmica a três que agradou você? Ou na verdade você gostou do menino de quem sente falta? Por que seu marido não aguentou esse tipo de vínculo? Será que você deu muita atenção ao menino e acabou deixando seu marido meio de lado?
Relações não convencionais não têm regras preestabelecidas
Quem assume uma relação não convencional deve estar preparado para vivências que podem provocar sentimentos conflituosos. A relação triangular é bem mais complicada do que a relação a dois. A disputa pela atenção é um dos ingredientes que pode gerar frustrações em uns e sensação de vitória em outros. Principalmente no caso de um terceiro elemento chegar após a relação a dois se consolidar. Parece que é o seu caso. Esse terceiro elemento tirou o casal do equilíbrio e, provavelmente, acabou criando um vínculo mais forte com você do que com seu marido. E o que você pode fazer agora?
Bem, sentimentos são extremamente individuais. Cabe a você avaliar a relação como um todo e tomar sua decisão. Existe a possibilidade da relação a dois já estar meio morna e o terceiro elemento ter entrado para proporcionar novas mobilizações. Ou então, o casal, ao buscar novas experiências, imaginar que o novo integrante seria apenas uma diversão passageira, o que não aconteceu. Pois é… esses são os riscos de relações não convencionais. E você tem que decidir agora como lidar com essa experiência e que rumo tomar.
Tenha uma boa conversa com o seu marido
Seria bom uma conversa honesta e aberta com seu marido. Afinal, ele foi seu cúmplice no risco do trisal, e é possível que ele aceite outras propostas não convencionais vindas da sua parte. Quais? Pense no que passa pela sua cabeça. Você gostaria de manter o casamento mas abrir a relação para que cada um pudesse ficar com outras pessoas também? Gostaria de se separar e ficar com o menino? Gostaria de tentar não pensar mais no menino e voltar à relação a dois? Ou gostaria, como diz, de encarar outro trisal trazendo para dentro do relacionamento outras pessoas até encontrar alguma com a qual o casal possa estabelecer uma relação triangular mais equilibrada?
Enfim, as pessoas, na medida em que vão vivendo novas experiências, amadurecem, descobrem novas sensações e novos desejos. O importante é que se sintam livres com seus parceiros mantendo relações amorosas saudáveis. Ninguém é obrigado a sofrer por estar mudando seus gostos, suas preferências, suas paixões. A mudança faz parte do amor. A mudança faz parte da vida.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.