por Samanta Obadia
Quando eu ouço esta questão, sinto o meu coração apertar, pois em cada movimento da minha vida, percebi que ele mudava de lugar.
No início, ainda sem consciência, o deixei transitar onde os outros o colocavam. E foi assim que eu perdi o tempo e a confiança nos outros.
Fui crescendo e meu coração também cresceu, ainda que partido em tantos pedaços.
Aprendi a guardá-lo à chave, para protegê-lo de certas dores. Todavia, distraído e desavisado, foi algumas vezes iludido e maltratado, acreditando ser amado.
A experiência me trouxe malícia, e malícia não é coisa de coração, mas coisa de cabeça. E aprendi que coração feliz tem que ouvir a cabeça, a razão, para não sofrer demais.
Mas o coração cresce para muitos lados e aí fica difícil ouvir a razão, porque fica inchado e inseguro, pois vai confuso de um lado para outro.
Colocar o coração em nossas ações nos transforma no que somos, e este é o maior segredo para o sucesso e para a felicidade. Contudo, o risco é sempre grande, pois quando se coloca o coração no lugar errado, algum espaço vazio o reclama, e é isso que dói demais.
O lugar do coração nem sempre é o que escolhem para nós, ou o mais adequado em nossa história pessoal. O lugar do coração é o lugar onde Deus pôs a mão, nos dando vocações que anseiam realização. E este lugar onde ele deve estar é o mais confortável e seguro, é o lugar onde o agir é fácil, pois nele o amor transita sem medo de ser quem é.