por Eduardo Yabusaki
Esta coluna fala sobre temas relacionados à vida afetiva.
Irei falar sobre a felicidade de uma forma mais ampla até chegar propriamente na vida a dois.
Qual a direção que as pessoas seguem em busca da própria felicidade? Será mesmo que pensamos ou avaliamos o que deva ser efetivamente esta condição em que possam se dizer ou se reconhecer felizes?
Esta é uma questão tão desejada e buscada, porém pouco sabida ou conhecida. É fato que pouco se pensa ou se reflete sobre o que ou como se atinge essa condição e muitas vezes ela fica associada em atingir ou adquirir determinado bem material.
Será mesmo essa a condição de felicidade plena, aquela que mensuramos através do bem que compramos ou adquirimos? Como tem se estabelecido critérios individuais de satisfação, prazer e felicidade?
Quando penso em felicidade, imagino a situação de satisfação e regozijo em que nada mais é tão importante quanto curtir ou viver aquele momento, aquela situação ou aquele instante. Para que isso possa acontecer, é necessário que haja uma construção cognitiva deste evento.
As pessoas têm sua vida programada em expectativas, metas e objetivos. Porém, não avaliam ou planejam suas vidas pensando naquilo que as farão felizes; como buscar, como construir um caminho que leve à condição de efetivamente se sentir feliz.
Nessa trajetória é preciso que se olhe profundamente para o seu interior, não só os seus pensamentos, mas os seus anseios, desejos, ideais, ambições, necessidades emocionais e afetivas mais intimas. Entretanto, isso necessita não só de tempo, mas principalmente de disposição. É preciso querer e ter condições para isso.
Incluo nessa análise a avaliação profunda sobre o que pensa, espera ou deseja para a vida emocional, afetiva e sexual, afinal pouco se pensa sobre o relacionamento com a crença de que tudo deve acontecer naturalmente ou de forma espontânea. Porém nem sempre é assim. Aliás, com tantas interferências cotidianas, esse natural ou espontâneo fica cada vez mais inibido ou impossibilitado.
Portanto, qualquer hora é hora de refletirmos sobre o que realmente nos conduz à felicidade ou nos faz sentir felizes, pois esse sentimento deve estar sempre presente no dia a dia. Não que tenhamos que estar o tempo todo felizes ou pensando se estamos no seu rumo, mas certos de que aquilo que estamos fazendo, seja o melhor para irmos ao encontro de nossa felicidade.
Felicidade é um conceito difícil de ser estabelecido. Afinal, o que me faz feliz hoje, pode não ser o mesmo amanhã. Mas até para ter esta clareza é preciso estar em contato consigo mesmo e se avaliar constantemente.
Não precisamos criar neuroses ou obsessões em busca da felicidade, porém ela precisa estar presente em nossas vidas como algo importante e que precisa de nossa atenção e empenho para que possa acontecer.
Como nos ensinou Mahatma Ghandi “Não existe caminho para a felicidade, a felicidade é o próprio caminho”, temos que fazer com que nossa jornada cotidiana seja para nós a nossa fonte de alegria e felicidade e assim certamente caminhamos para nossa felicidade plena.
No relacionamento a dois, a felicidade precisa ser cultivada a cada dia com sensibilidade, afeto, criatividade e muito empenho, para assim vivermos mais intensa e prazerosamente a parceria que escolhemos para a vida.
É preciso que se esteja atento em cultivar o bom humor, a receptividade, a afetuosidade, o carinho, a tolerância, o tesão, o diálogo, a atenção… Enfim, tudo aquilo que permita uma convivência agradável e saudável. Assim cada gesto ou manifestação poderá nos proporcionar a verdadeira sensação de satisfação e felicidade.
Não deixemos que nada, nem ninguém nos distancie ou nos desacredite de que é possível ser feliz sim, mesmo que as condições sejam desfavoráveis ou até avessas à situação.