por Patrícia Gebrim
Nunca estivemos tão doentes. Vivemos em um ambiente hostil, isso é inegável. Sofremos com o estresse da vida nas cidades, consumimos inúmeros venenos em nossa alimentação, somos diariamente agredidos por vários tipos de poluição.
A medicina tradicional tem assistido ao surgimento de inúmeras técnicas terapêuticas inovadoras, nem sempre vistas com bons olhos.
O desafio deste momento planetário é o de superarmos todas as formas de separatividade e elevarmos nossa consciência a uma vibração que integre, em harmonia, aquilo que as ilusões da matéria insistem em separar.
Possuímos vários corpos e integrá-los é o primeiro passo. Antes de nos unirmos ao que nos rodeia precisamos nos unir a nós mesmos.
Décadas atrás existia uma forte ancoragem em tudo o que era físico e uma desconfiança a respeito de tudo o que não era compreendido pela medicina tradicional, de tudo que pertencia aos domínios da alma.
Práticas como acupuntura, homeopatia, Reiki, uso de florais e outras eram preconceituosamente tratadas como atos de charlatanismo ou como técnicas inócuas que para nada serviam.
Hoje já não é assim. A experiência tem mostrado a todos nós o profundo alcance de cura das chamadas técnicas terapêuticas complementares. O terreno tornou-se propício para que, finalmente, pudéssemos atuar terapeuticamente de forma mais integrada e holística.
No entanto, o equilíbrio sempre se dá no balanço entre uma série de desequilíbrios. Percebo hoje um movimento compensatório a essa desconfiança que se estabeleceu no passado. O inverso está ocorrendo, principalmente em meios onde a espiritualidade impera. Uma negação do corpo, como se tudo pudesse ser resolvido apenas no mundo sutil.
Entendam. Estamos em meio a um processo evolutivo onde tudo vai se sutilizando aos poucos.
Creio que chegará o momento em que estaremos todos num nível de vibração tal que já não se faça necessária qualquer intervenção no nível corporal. Um nível onde o simples ato de visualizar luz nos reconecte naturalmente à saúde que somos.
Mas ainda há um caminho a ser percorrido. Um caminho no qual tanto o corpo físico quanto os corpos mental, emocional e espiritual precisam ser reconhecidos e integrados para que possamos ser cuidados em todas essas frentes, neste momento em que nos encontramos.
A negação do corpo é tão maléfica, creio eu, quanto seria a negação da alma.
Precisamos de médicos corajosos, que sejam capazes de atravessar as barreiras do paradigma cartesiano que os aprisiona e que vejam com bons olhos as inúmeras outras abordagens terapêuticas que tanto podem somar a seus trabalhos. Médicos humanizados, dispostos a encontrar um caminho mais amoroso em sua prática.
Mas precisamos também que os terapeutas da alma, em suas inúmeras abordagens, tenham a compreensão de que, em muitos momentos, a intervenção num nível corporal é ainda necessária.
Faz-se imprescindível um trabalho conjunto, no qual quem ganha é o paciente, visto como um ser holístico e tratado com real atenção e amorosidade.