por Leniza Castello Branco
“Jung não tentou reduzir as pessoas a oito tipos somente. Ele quis mostrar as diferenças individuais, ajudando as pessoas a se conhecerem melhor”
Em 1920, Jung escreveu seu livro Tipos Psicológicos. Nele ele conta como os seres humanos são diferentes uns dos outros. Comparando a psicologia de Freud e Adler constatou que as diferentes maneiras de cada um encarar a vida emocional provinha de seu tipo psicológico.
Freud explicava os casos através da sexualidade e Adler através da força do poder. Na prática, o poder o em todos os sentidos, tudo o que fazemos ou sentimos é para ter poder. Ele achava que a dificuldade de suas teorias era que ambos aplicavam o mesmo princípio a todos os casos, sem notar as diferenças particulares.
No livro ele fez uma critica ao seu próprio tipo psicológico e dizia a seus discípulos: “Mesmo que 90% sejam culpa do outro e só 10 % sejam culpa nossa, se examinarmos somente os 90%, não poderemos fazer nada, mas se examinarmos os nossos 10% poderemos aprender coisas muito valiosas a respeito de nós mesmos”.
Jung nunca exigia de ninguém o que não tivesse exigido de si próprio.
Ele observou:
“É o tipo psicológico da pessoa que desde o principio determina e limita o seu julgamento. Meu livro foi um esforço para tratar do relacionamento de um indivíduo com o mundo, as pessoas e as coisas”
Durante muitos anos tratando casais, tinha que explicar os pontos de vista de cada um para o outro. E assim foi elaborando sua teoria dos Tipos Psicológicos.
Os tipos são grupos de pessoas com padrões de comportamento e reações semelhantes. São dois tipos principais:
O extrovertido
Esse está dirigido para o mundo externo, para fora. O extrovertido tem mais facilidade para se adaptar ao ambiente e é confiante com o mundo real, se sente bem em grupos e gosta de novidades, ideias, festas… Para ele a opinião dos outros é mais importante do que a sua e quer agradar.
O introvertido
O introvertido tem um mundo interno mais rico. Prefere ficar só, com seus pensamentos. Numa reunião quanto mais gente, mais se sente só, mas com uma ou duas pessoas se sente bem e expressa suas ideias, mas não faz muito esforço para agradar ou concordar. Parece calmo e tranquilo.
Além dos tipos, ele distinguiu quatro funções básicas: duas racionais e duas irracionais.
O tipo pensamento, o tipo sentimento, o tipo sensação e o tipo intuição. Todos esses tipos podem ser introvertidos e extrovertidos.
As funções racionais são o pensamento e o sentimento. E a intuição e a sensação são irracionais.
Abaixo a tabela com os oitos tipos psicológicos
8 tipos psicológicos
Tipo pensamento extrovertido Pensamento introvertido Sentimento extrovertido Sentimento introvertido Sensação extrovertido Sensação introvertido Intuição extrovertido Intuição introvertido
O tipo pensamento se preocupa com o sentido das coisas e não compreende bem o tipo sentimento que se preocupa com valores. Um tipo pensamento extrovertido, por exemplo, poderia ter sucesso como cientista, gosta de solucionar problemas.
Um tipo pensamento introvertido gosta de ficar só e pensar, e não expressa suas ideias.
O tipo sentimento tem como base o sentimento bom ou ruim, se gosta ou não de determinada ideia ou pessoa.
O tipo intuição percebe por sinais, pelo inconsciente e age ao contrário do tipo sensação que tudo vê e percebe.
Todos temos uma função principal que é o modo como agimos na vida. É a nossa função superior. Está no nosso consciente.
A função oposta mostra aquilo que não gostamos de fazer, não temos jeito e sempre queremos que alguém faça para nós. É nossa função inferior, está no inconsciente.
Por exemplo, o tipo pensamento extrovertido, tem como oposto o tipo sentimento introvertido, e os tipos sensação e intuição também são opostos. Quando um casal ou irmãos tem funções opostas, podem se desentender, e tudo ser motivo de briga, já que cada um vê o mundo de maneira oposta.
Se alguém tem a função intuição muito desenvolvida, é comum que a função sensação seja mais fraca – percebe o concreto e o palpável. Então essa pessoa poderá ter muita dificuldade em lidar com as coisas concretas, não entende muito a realidade, está mais ligada nas suas intuições, descobre aquilo que não é visível, mas que ela tem a certeza que existe.
Conhecer o tipo psicológico de uma criança e respeitar suas habilidades, vai ajuda-lá a seguir sua natureza interna, colaborando para que desenvolva plenamente e evitando que se torne insatisfeita ou neurótica mais tarde.
Jung não tentou reduzir as pessoas a oito tipos somente. Ele quis mostrar as diferenças individuais, ajudando as pessoas a se conhecerem melhor.