Por Blenda de Oliveira
Alguns filhos sempre terão reclamações quanto ao modo como foram criados. Acreditam, geralmente, que os pais podiam ter sido melhores; feito isso ou aquilo de uma e não de outra maneira. Os pais falham sempre. Não tem como ser diferente.
A família é formada por pessoas que possuem características próprias, crenças, interesses particulares e preferências que nem sempre correspondem às expectativas do grupo familiar.
Há famílias que raramente reconhecem os seus membros com admiração, elegem alguém de fora que se torna o merecedor preferencial de estima e consideração. É um problema? De jeito nenhum. Apenas é importante regular as exigências e a idealização que se fazem em relação aos membros do grupo familiar.
Porque são mãe, pai, filho, filha, avô, avó, tio, tia e outros, os laços sanguíneos não asseguram disponibilidade, interesse ou qualquer coisa parecida. Ninguém, a partir do grau de parentesco, está predestinado ou é obrigado a nos amar. E, vice-versa.
Sem duvida, há famílias aconchegantes, que cercam os seus integrantes com carinho e alegria. São aquelas que julgam pouco, não fazem jogo de preferências e têm, na sua cultura interna, a aceitação da diferença, diversidade e escolhas peculiares. São, igualmente, aquelas em que cada membro não foge da responsabilidade de desempenhar, consciente e ternamente, o papel que lhe cabe na construção de um lar.
Uma boa família é um lugar onde queremos sempre estar, voltar, podendo ser quem somos, respeitando as individualidades e estabelecendo, como ponto de encontro, a real e genuína admiração por todos aqueles que compõem a unidade familiar e fazem parte da sua origem. A família, bem ou mal, é um grande patrimônio na formação da nossa identidade. Por isso requer cuidado e empenho, contínuos.