por Lilian Graziano
Como pais ou como professores, devemos nos atentar para uma grande possibilidade de contribuição da Psicologia Positiva no desenvolvimento de competências socioemocionais entre crianças e jovens. Nos moldes em que a educação brasileira hoje nos pede, com a inclusão do desenvolvimento dessas competências como algo obrigatório nas diretrizes do MEC, a abordagem ganha importância e se torna grande aliada principalmente de educadores.
É algo que começa na educação emocional dos pequenos, em casa ou na sala de aula, fazendo-os valorizar os seus pontos fortes e gerir conflitos de forma resiliente e positiva, o que culmina em mais autoestima e performance na vida pessoal, acadêmica e, mais tarde, profissional.
Nossos pontos fortes, impressos sob forças pessoais e virtudes, conforme nos ensina Psicologia Positiva, e nos mostra o inventário dessas características intrínsecas, que podemos obter em alguns minutos (obtenha aqui), são fonte de autoconhecimento e confiança em qualquer idade.
O que acontece quando crianças e jovens se conhecem melhor pode ser demonstrado em uma situação comum em pelo menos 30% da população escolar brasileira – a prática de bullying. Valentões e vítimas que sabem quais são suas qualidades tendem a valorizá-las, enturmando-se de forma mais saudável.
Forças pessoais e competências socioemocionais
Tomando ainda o ambiente escolar como exemplo, para entender a relação entre as forças pessoais e competências socioemocionais, basta observar que, para cada competência enumerada na Base Curricular Comum Nacional do MEC, há uma virtude ou força claramente correlacionada, que pode potencializar o seu desenvolvimento.
1. Conhecimento – relaciona-se com a Virtude da Sabedoria e do Conhecimento, associada às forças cognitivas (forças como Amor ao Aprendizado, Curiosidade, Mente Aberta (utilizar o nome das forças conforme listamos para a MIP etc.)
2. Pensamento científico, crítico e criativo – também se relaciona com forças cognitivas, – destaca-se a força da Perspectiva.
3. Senso estético – relaciona-se com a Virtude da Transcendência, com a força da Apreciação da Beleza e da Excelência.
4. Comunicação – relaciona-se com forças agrupadas nas virtudes da Justiça e da Humanidade, tais como Inteligência Social e Liderança.
5. Argumentação – relaciona-se com forças agrupadas nas virtudes da Justiça e da Humanidade, tais como Inteligência Social e Liderança e com as forças cognitivas
6. Cultura digital – também relacionada a forças cognitivas.
7. Autoconhecimento e Autocuidado – relaciona-se com virtudes da Coragem e da Temperança, com forças como Autenticidade e Autocontrole.
8. Autogestão – relaciona-se com virtudes da Coragem e da Temperança, com forças como Persistência, Entusiasmo e Autocontrole.
9. Empatia e Cooperação – relaciona-se às virtudes da Humanidade, cujas forças são Bondade, Amor, Inteligência Social, e da Justiça, com as forças do Trabalho em Equipe, Liderança e Equidade.
10. Autonomia – relaciona-se às forças das virtudes da Temperança e da Coragem.
Na escola ou em casa, o ideal é que crianças e jovens tenham acesso aos seus pontos fortes e que sejam influenciados de maneira a valorizá-los e explorá-los. Fracassos de nenhuma ordem devem ser foco de atitudes ou planos de ação para os pequenos – o aprendizado deve ser conduzido mostrando-se a zona de excelência das forças pessoais, que auxiliam na superação de quaisquer deficiências sem que, de forma maçante e desencorajadora, seja preciso bater e rebater o assunto.
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