Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe
Eu teria dificuldade de na coluna deste março de 2020 me calar acerca da pandemia que enfrentamos. Vou correr o risco de chover no molhado, mas vamos em frente.
A Peste Negra e a Primeira e Segunda Guerras Mundiais foram eventos de séculos anteriores que perturbaram brutalmente as vidas de um sem fim de populações. Mortes, famílias devastadas, caos, desespero, tudo isso deve ter acontecido, um horror absoluto.
O que diferencia as tragédias contemporâneas de suas antecessoras é a globalização das (des)informações acerca de cada evento, como 11 de Setembro nos USA, tsunami na Indonésia e a atual pandemia.
Agora há celeridade na disseminação de ideias, fatos, testemunhos etc. Verdades e fake news se espalham facilmente entre as pessoas, feito rastilho de pólvora, ultrapassando barreiras culturais, de língua, entre outras. Nem todo mundo tem um repertório de raciocínio lógico, habilidade de checar fatos e muito menos suficientes recursos para regular as próprias emoções, acolhendo a agonia, mas brecando uma eventual escalada do desespero.
Informação idônea é essencial para combater o coronavírus
Estamos no momento de ajudar pessoas a terem acesso ao que é relevante para combatermos a disseminação do vírus: informações verdadeira, precisas e claras, apoio emocional, fornecimento de suprimentos necessários e suficientes. O comportamento baseado no conhecimento científico e o cultivo de atos compassivos, tolerantes e gentis para com o próximo se faz absolutamente necessário.
Há uma série de trabalhadores, visíveis e invisíveis, que por razão de força maior estão arriscando as próprias vidas a serviço de um bem maior. Médicos e enfermeiros são essenciais, e agora estão exaustos, com medo, e mesmo assim não desistem da luta.
Trabalhadores invisíveis
E os trabalhadores invisíveis: motoristas de ambulâncias, caminhões de carga e coletivos, militares e policiais civis, nutricionistas e fisioterapeutas, quem cozinha em serviços de delivery e hospitais, homens e mulheres nas fábricas que produzem alimentos, fármacos e suprimentos, lixeiros, equipes de jornalismo, equipes de faxina, serviços funerários e de cremação, todos que mantêm a internet no ar e preservam as possibilidades de nos comunicarmos, frentistas nos postos de gasolina, motoboys, equipes de logística, funcionários de instituições residenciais de longa permanência para idosos . A lista está só no começo.
Entendam, enquanto a gente reclama de ter que ficar em casa, esse povo todo incansavelmente trabalha e se arrisca pelo bem da sociedade. Colabore e obedeça as instruções que fontes confiáveis divulgam. Fique em casa.
E descubra formas de ajudar quem não tem casa, comida, água e sabão, tá?
Minha avó dizia que tudo passa, sejam as longas férias de verão ou as doenças devastadoras. Vamos cultivar nossas, geralmente escassas, tolerância à frustração e esperança? O mundo agradece.