por Alex Botsaris
Desde que o conhecimento médico começou a ser criado, nas civilizações antigas, que conhecimento sobre manipulação de ossos e articulações despontou como uma das técnicas de tratamento desenvolvidas em diferentes culturas. Foram encontradas descrições de técnicas de manipulação de articulações em textos da medicina chinesa e ayurveda, no papiro Smith de 1.600 a.C., na obra de Hipócrates, pai da medicina, e no famoso Cânon da Medicina, livro escrito pelo médico persa Avicena em 1012 d.C..
Na idade média essas técnicas eram aplicadas pelos chamados “barbeiros cirurgiões” mistura de médicos populares e entretenedores. Contudo, durante a inquisição esses profissionais foram perseguidos por médicos e pela Igreja acusados de bruxaria, e acabaram desaparecendo, assim como muitas das técnicas que eles praticavam. Um resquício dessas práticas sobrou na Inglaterra, que não era católica, e acabou permitindo que parte do conhecimento ficasse preservado.
Essas técnicas de manipulação foram resgatadas por dois americanos, que formaram as atuais escolas de manipulação. A osteopatia foi criada por Andrew T Still. Still que tinha fortes dores de cabeça e se curou com um massagista. Ficou tão impressionado que resolveu pesquisar mais sobre técnicas manuais e acabou descobrindo os escritos de Hipocrates. A partir daí, foi criando seu próprio método que chamou de “osteopatia” (de ostheos – ossos, e pathos – doença em grego). Em 1892 ele criou a “Américan School of Ostheophaty” na cidade de Kirksville, que existe até os dias de hoje.
Escola quiroprática
A outra escola se chama quiroprática (que vem de kiros – mãos e práxis – prática em grego) significando a medicina feita com as mãos. Ela foi criada por Daniel David Palmer. Palmer era um prático de terapias não convencionais nos Estados Unidos e foi influenciado pelos escritos de J.E Riadore, feitos na Inglaterra em 1842, descrevendo as o métodos de práticos leigos europeus. Ele teve também a ajuda de um médico, Jim Atkinson, que tinha curiosidade em métodos não convencionais e estudava a prática de Palmer. Contudo o nome quiroprática foi proposto por Samuel Weed um discípulo de Palmer, ao lançar o primeiro livro sobre o assunto, chamado “The Chiropractor’s adjust”.
Ambas as escolas de manipulação seguiram sendo rejeitadas pelos médicos convencionais e acabaram gerando uma graduação específica nos Estados Unidos e na Europa. Em 1961 a Associação Médica do Estado da Califórnia resolveu reconhecer a osteopatia como especialidade médica. Em vez de ajudar, isso gerou uma cisão nos EUA, porque médicos e osteopatas de outros estados não aderiram a esse modelo. Atualmente, existem tanto osteopatas quanto médicos osteopatas reconhecidos nos Estados Unidos.
Brasil
No Brasil, infelizmente, tanto a Osteopatía quanto a Quiroprática ainda estão pouco desenvolvidas. Já existem escolas no Brasil, mas o número de profissionais ainda é pequeno, e não costumam ser encontrados em cidades de médio e pequeno porte. Não existe, também, uma lei que regulamente a profissão, os pré-requisitos para a prática, e tudo que implica na responsabilidade profissional de uma profissão da saúde. Fica tudo ao sabor do mercado, e da sorte, o que é ruim para todos, em especial pacientes e bons profissionais.
Quiroprática e osteopatia possuem vários aspectos em comum. Elas reconhecem conceitos como bloqueio, subluxação e desvios de juntas (pequenas alterações sutis nas articulações). Há também uma preocupação com o tecido subcutâneo e *periarticular – cuja textura comprometida significa bloqueios musculades e alterações do fluido corporal. Usando as mãos o terapeuta manipula ossos, juntas, corrige desvios e subluxações e melhora o tônus e a circulação de fluidos nos tecidos. Osteopatia e Quiroprática são especialmente eficientes no tratamento de dores e desvios da coluna, dores de cabeça, problemas crônicos dos aparelho músculo-esquelético (como tendinites) e problemas musculares (como contraturas).
*Periarticular – peri – em torno; articular – artuculação ou junta; – são as estruturas que circundam a articulação.
Atenção! Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento