por Thaís Petroff
“… buscar a individualidade é um processo maduro. A palavra indivíduo, pode ser compreendida através do significado de suas partes: in = não, divi = dividido, duo = dois; ou seja, ser indivíduo é não ser dividido em dois, você é um ser inteiro” Aprendemos desde pequenos através de contos de fadas, novelas … que para haver um “felizes para sempre”, precisamos de uma outra pessoa ao nosso lado; que somente estaremos completos quando encontrarmos “nossa metade da laranja” ou “a tampa da nossa panela”.
Assim, podemos passar uma vida inteira procurando nossa “cara-metade”, acreditando que quando a encontrarmos, nos sentiremos inteiros e felizes.
Buscar no outro a felicidade significa depositar fora de si o poder sobre o que te deixa bem e feliz. Como não se tem um controle sobre isso, cria-se uma dependência do outro para atingir esse estado. Isso gera uma isenção de responsabilidade sobre a própria vida no sentido emocional. Ou seja, o bem-estar existe ou não em função da presença ou ausência ou ainda do comportamento de algo alheio a mim, do qual não tenho controle. Crio uma relação de dependência, o que geralmente resulta em problemas como ciúme excessivo, insegurança, dificuldade em tomar decisões, ansiedade, etc…
Por outro lado, se compreendo que minha felicidade depende de mim, que posso me bastar e ser autossuficiente, conseguindo fazer as minhas coisas sozinho ou com a companhia de amigos ou familiares, que posso caminhar com minhas próprias pernas; sinto-me seguro, autoconfiante, inclusive para estar com outra pessoa.
Bastar-se não significa ser egoísta, quer dizer ser independente, autônomo. Desse modo, buscar a individualidade é um processo maduro. A palavra indivíduo, pode ser compreendida através do significado de suas partes: in = não, divi = dividido, duo = dois; ou seja, ser indivíduo é não ser dividido em dois, você é um ser inteiro.
Desse modo, há uma entrega a mim mesmo e, quando entro em um relacionamento, há um compartilhamento do meu mundo e do meu tempo com a pessoa escolhida e não uma entrega de mim para a pessoa. Ninguém pertence a ninguém. Cada um é um ser individual.
Isso seria uma relação madura, onde ambos podem apoiar-se sobre suas próprias pernas e, havendo segurança, expressar livremente o que se sente, sem joguinhos, sem um ter que estar obrigatoriamente com o outro para estar bem. Ambos estão centrados em si e se encontram no relacionamento; assim ocorre a interseção entre ambos.
Mudar essa percepção de que estar com outra pessoa é uma escolha e não uma necessidade pode fazer muita diferença no dia a dia; inclusive em como se estabelece e se mantém uma relação amorosa.