por Roberto Goldkorn
Alguns dias atrás, uma pessoa me perguntou por que não se fala mais em Parapsicologia, em poderes psíquicos, fenômenos paranormais etc. "Coincidentemente", estou escrevendo um livro que fala disso e por essa razão a resposta estava mais ou menos "na ponta da língua".
Mas antes de responder, assumi a posição de uma pessoa cética, jovem, e que não acompanhou toda a efervescência da "moda" dos fenômenos paranormais, do Uri Geller, dos anos 70 e 80, das festas de entortar talheres, ou dos encontros festivos para se caminhar sobre brasas.
Essa pessoa, ao acreditar e falar em nome da "ciência" e da "razão" responderia: "Não se fala mais, porque nada daquilo era verdadeiro. Era tudo farsa, truque, enganação."
A falta de conhecimento e informação em geral produz arrogância pseudointelectual e essas frases de efeito que buscam sepultar qualquer tentativa de compreender melhor a mente e o potencial humano.
Mas vamos à minha resposta, super-resumida. Se lermos com atenção as grandes mitologias, as histórias dos deuses antigos da Índia, do Egito, da China à mitologia céltica, vamos ver alguns temas comuns, entre eles a eterna disposição dos "deuses" de sabotar os humanos que pretendem ser mais que simples humanos. O que existe por trás desses mitos tão parecidos em sociedades que dificilmente tiveram contato entre si na antiguidade? Uma das possibilidades é que exista na história humana seres de outros planetas ou outras dimensões que estiveram aqui, por algum motivo, e que não aceitavam a concorrência. Manter a nós todos na ignorância, na ingenuidade infantil talvez tenha sido um dos desígnios desses "deuses astronautas"- com qual o objetivo, não sei. Viagem na maionese? Talvez, mas basta ir mais a fundo nessa pauta, que vamos encontrar quilos e mais quilos de evidências de que fomos e somos visitados por seres mais avançados, que nossos ancestrais reverenciaram como deuses e/ou demônios.
Mas voltando ao declínio da Parapsicologia. Na década de 80, existiram mais de uma centena de instituições universitárias nos EUA e na Europa, além de instituições secretas (e algumas nem tanto) abrigadas por projetos governamentais. Se fosse tudo uma piada de mau gosto, não teria havido esse investimento. Mas por que não prosperaram?
Por várias razões. Uma delas, é que houve por parte desses pesquisadores um impulso, totalmente compreensível, de fazer tudo de acordo com os parâmetros cientificamente aceitos. Isso tem uma explicação. Havia já na década de 70 uma "conspiração" surgida junto com a moda dos fenômenos paranormais, para desacreditar o assunto, torná-lo uma chacota, desestimulando assim que pessoas comuns levassem a diante essa possibilidade tão intrigante. Muitos "pesquisadores sérios" ganharam fama e fortuna "desmascarando" os "charlatões". No Brasil todos devem lembrar do "padre" Quevedo. Por isso, nada a estranhar quando a academia (pelo menos os mais rebeldes) decidiram calar as vozes da negação, sustentando-se na fortaleza da CIÊNCIA!
Efeito saco-cheio
Mas a pista que revelou a verdade oculta (que alguns ocultistas e estudiosos já sabiam) veio de um acadêmico, um professor da Universidade de Duke nos EUA. Ele se jogou de cabeça nas pesquisas sobre Precognição e criou o famoso baralho Zenner. Depois de alguns anos e milhares de experimentos com jovens voluntários, ele chegou à conclusão óbvia, de porquê os fenômenos não suportam o rigor científico para sua comprovação e o status sagrado de "científico". Ele chamou de "boredon effect" ou "efeito saco-cheio". Para efeito de comprovação estatística, as tentativas e resultados positivos precisam ser repetidos centenas e talvez milhares de vezes. O problema é que não se trata de uma máquina, nem de bactérias que podem ser manipuladas ad infinitum. As pessoas ficam de saco cheio de repetir a mesma coisa dezenas, centenas de vezes. O fenômeno paranormal, depende muito de uma coisa fundamentalmente humana: emoção!
Os jovens voluntários ficavam empolgados quando conseguiam escores positivos no início, mas com a repetição, os erros que viriam naturalmente, iam desanimando. Repetir os mesmos procedimentos durantes horas ao invés de ir para a praia, ou namorar no banco traseiro do carro do pai, sem ganhar nada ou ganhando uma "merreca" em nome da ciência, pode não ser o melhor programa de sábado à noite para um bando de jovens cheios de hormônios.
O fenômeno precisa de condições emocionais propícias, precisa de um "clima" e na maioria das vezes acontece como uma erupção, sem controle, sem planejamento sem que possamos colocar nossas rédeas "científicas" neles. Por isso, a tentativa de trazer a Parapsicologia para sentar à mesa das ciências exatas e "sérias" não deu muito certo. Por trás disso, estavam os "homens de preto", dos fenômenos psíquicos, que conseguiram empurrar os pesquisadores para os campus universitários, onde de alguma forma sabiam, que ali o cavalo doido da mente humana não resistiria, para depois colocar em campo as figuras demolidoras dos "céticos" profissional para ir à mídia dizer que é tudo "enganaçon".
Alguns vão achar que sou mais um adepto das teorias conspiratórias e não vai adiantar nada dizer que não, que tenho os pés no chão. Não viajo, mas tenho muita curiosidade para investigar esses processos "históricos" e buscar o que está (se é que está) por trás desse desenvolvimento.
Minha experiência: exemplos reais
Para ilustrar melhor tudo isso, quero dar dois exemplos reais, vividos por mim como agente e como observador.
O primeiro, foi na década de 90 quando conheci a paranormal Edelarzil Munhoz. Estive ao lado dela, por cinco horas durante uma "sessão", numa casa vazia cedida pelos donos, para que ela fizesse seus fenômenos de materialização e aporte. Fui seu ajudante durante todo o tempo e vi os fenômenos acontecerem sem qualquer possibilidade de fraude ou truque. Quilos e quilos de material de todo o tipo, brotavam do algodão que as próprias pessoas compravam na farmácia e traziam para ela: velas, cacos de imagens de santos, ossos, sapos secos, vidros de remédios (com remédio dentro), vísceras de animais, sutiã (saiu para mim) etc. Num determinado momento, quando ela estava com as duas mãos mergulhadas no algodão, o barril de ferro (pesando uns vinte e tantos quilos) ergueu-se do chão cerca de vinte centímetros e caiu com força (quase decepando o meu dedão). Dois anos mais tarde, fui até ela levando um amigo e pude constatar os mesmos fenômenos acontecendo.
Qual não foi a minha surpresa quando na TV o padre Quevedo indo até a Edelarzil para "desmascará-la". Ele criou um salseiro com seu teatro intimidatório, com as câmeras e toda a parafernália televisiva, e conseguiu desestabilizar a médium que teve uma performance pífia diante das câmeras para delírio do "padre", a serviço da boa causa de "proteger o rebanho dos enganadores".
Lembro que antes das sessões da Edelarzil, ela pedia a todos que orassem junto com ela, pedia silêncio, e fazia de tudo para criar uma atmosfera amigável à manifestação do fenômeno. Ao quebrar esse clima, o senhor Quevedo, estava fazendo o que em linguagem técnica da Parapsicologia se chama efeito Catapsi, ou seja, de isolamento dos canais que poderiam ser ativados pela mente e produzir o fenômeno.
Outro episódio aconteceu a bordo de um navio onde fui contratado para fazer palestras e entreter os hóspedes viajantes. Uma das palestras era justamente sobre os fenômenos da mente. Falei sobre os experimentos de dois físicos americano do SRI (Stanford Research Institute) sobre Remote Viewing (Visão à Distância) – Russel Targ e Harold Puthoff. Aí tentei reproduzir ali de forma despretensiosa o mesmo fenômeno. Pedi um voluntário para sair da sala, andar pelo navio e parar onde lhe desse na telha, escolher um objeto qualquer e mentalizar esse objeto transmitindo-o para a nossa turma (que devia ter cerca de umas vinte e poucas pessoas de diversas nacionalidades). O voluntário era um engenheiro alemão diretor de uma grande indústria. Ele saiu e na sala, pedi a todos que relaxassem e projetassem uma tela branca em sua mente para que o desenho do colega ali se imprimisse.
Quinze minutos depois ele retornou e me trouxe o desenho que não abri. Disse a todos que me mostrassem o que haviam (e se haviam) captado. A maioria não captou nada. Solicitei ao alemão que olhasse os desenhos e me dissesse se alguém havia se aproximado do seu objeto.
Ele deu um grande sorriso e apontou o dedo na direção de um passageiro negro alto e de uma mulher, uma italiana bonita. Pedi que viessem à frente para que todos pudessem ver. O passageiro negro, que mais tarde descobri ser um importante promotor público de Londres, havia desenhado uma cadeira, virada para a esquerda, com o espaldar de palha trançada. A mulher desenhou três linhas retas no formato de uma cadeira e escreveu ao lado chair, cadeira em inglês. Abri o desenho do alemão para todos verem, era uma cadeira, de palha trançada, virada para a esquerda. O engenheiro alemão, manteve a sua pose e só me disse: "Estatisticamente as chances de isso acontecer ao acaso são remotíssimas".
No grupo de brasileiros refiz a experiência e obtive resultados muitos interessantes, embora não tão dramáticos como o dos gringos.
Para concluir, li recentemente que as pesquisas dos físicos americanos, na qual me inspirei, foram desmentidas por "pesquisadores independentes", porque acharam falhas de procedimento que dariam brechas a fraudes, e/ou interpretação incorreta.
Novamente os "homens de preto" da Parapsicologia atuando? Os deuses não querem concorrência?