por Antônio Carlos Amador
Você já se sentiu desconfortável antes de iniciar uma viagem a um local desconhecido?
Ou sentiu um friozinho na barriga antes de apresentar um trabalho em público?
Essa é uma sensação de insegurança, que pode aparecer diante de determinadas situações, especialmente diante de circunstâncias novas nas quais uma pessoa não sabe muito bem o que fazer ou como comportar-se. Nesses casos não se pode dizer que estejamos diante de pessoas inseguras, mas que se trata de uma situação de insegurança, que na maioria das vezes é passageira e pode ser superada com tranquilidade.
Quando falamos de pessoas inseguras nos referimos àquelas cuja insegurança é resultante de uma falta de confiança nelas mesmas, que se manifesta de uma forma constante e persistente ao longo de seu desenvolvimento, formando parte dos traços que integram sua personalidade.
De onde vem a insegurança?
Muitas pessoas inseguras foram, com frequência, crianças que viveram uma situação de relativo isolamento, ou que foram superprotegidas pelos pais. Nesse último caso levaram mais tempo para aprender a tomar decisões por si mesmas, já que muitas vezes foram os pais que fizeram isso por elas. Além disso, elas podem ter incorporado temores desproporcionais, frente aos quais se sentem assustadas e cheias de dúvidas. Isso ocorre com mais frequência entre os filhos únicos. A insegurança pode também ser consequência de sentimentos de inferioridade ou de exposição a intimidações constantes na infância.
Característica mais evidente de insegurança
A característica mais evidente das pessoas inseguras é a falta de capacidade para tomar decisões, em virtude de um rebaixamento da confiança nessa capacidade. Elas costumam vacilar antes de tomar uma decisão importante. E esse desassossego faz com que sofram muito nessas ocasiões críticas, já que o seu sentimento de insuficiência costuma estar associado a um caráter retraído ou inibido, que as leva à passividade, ou as empurra à fuga. Elas então passam a recusar qualquer tarefa com algum componente de responsabilidade ou risco, pois quando fracassam são as primeiras a sentir-se culpadas. Ou então buscam o apoio dos demais, com os quais mantem laços afetivos de excessiva dependência. Comumente a situação se complica porque em sua consulta recebem conselhos diversos e ficam confusas.
Parte dos inseguros prefere receber ordens
Algumas pessoas inseguras prefeririam "receber ordens", livrando-se desse modo da dificuldade de tomar uma decisão e do risco de se sentirem culpadas se tudo acabar em fracasso.
De qualquer modo é essencial buscar uma psicoterapia nesses casos.