por Nuno Cobra
Afinal, é melhor caminhar ou correr?
Caminhar não faz mal e correr também não. Paralelamente, caminhar pode não ser bom e correr idem. Tudo depende do momento cardiovascular de cada um. É evidente, um sedentário, com um aparelho cardiovascular atrofiado, se correr, promoverá um grande desequilíbrio entre a alimentação de oxigênio, feita pela respiração, e o gasto de oxigênio dos músculos solicitados para esse trabalho. Assim, o ideal seria caminhar.
Às vezes a pessoa ficou tantos anos parada, que a própria caminhada, conforme sua intensidade, seria agressiva ao organismo. Nesse caso, a pessoa deve iniciar seu trabalho cardiovascular com um passeio.
Passeio no shopping
Costumo dizer… é como se você estivesse passeando no shopping, sem parar para ver lojas. Porque o trabalho precisa ser contínuo. O coração adora trabalho: o movimento. Como já disse em artigos anteriores, o homem é um animal do movimento. Mas o coração gosta de trabalhar com paz e equilíbrio. Não importa se você irá passear, caminhar ou correr. O que tem de valer para a sua saúde, é o equilíbrio fundamental entre: o gasto de oxigênio da sua musculatura de trabalho (pé, pernas, coxas, glúteos, costas, braços) com a quantidade de oxigênio que está sendo colocada, em sua circulação sanguínea pela respiração.
Assim, o seu coração reage ao esforço com equilíbrio, se transforma e se desenvolve. A pessoa precisa perceber seu nível cardiovascular, para saber qual tipo de trabalho será o melhor. Pode muito bem, a pessoa caminhando, estar num profundo débito de oxigênio, quando deveria ainda estar no passeio. E uma pessoa correndo estar em absoluto equilíbrio de oxigênio. Isto depende do grau de eficiência cardiovascular de cada um. Como descobrir o que é melhor para você: passear, caminhar ou correr?
É preciso descobrir sua faixa de frequência cardíaca de otimitização, onde terá mais lucro com o seu trabalho. Isto se faz percebendo como está a respiração. A respiração é a voz do nosso coração, mostra se o trabalho está muito fraco, bom ou muito forte.Trabalho muito fraco: você nem respira, isto é, seu coração não está sendo solicitado. Respiração extremamente ofegante: você perde tempo, porque o trabalho não terá lucro (resultado), além de estar correndo risco. A respiração tem que estar em equilíbrio: você tem que estar dando conta satisfatoriamente daquilo que esta sendo gasto de oxigênio pela suas pernas, braços e etc… A respiração tem que estar confortável, mas exigente.
As quatro passadas
Um forma interessante para saber se a intensidade do seu trabalho está conveniente e saudável, é verificar se você está fazendo a tomada de ar em quatro passadas e, a soltura de ar, em quatro passadas. Você dará quatro passos inspirando o ar e quatro passos soltando ar. Isto vale para o passeio, caminhada e corrida. Isto é uma regra geral. O correto é descobrir o equilíbrio de sua frequência cardíaca. Compre um monitor cardíaco e corra absolutamente dentro desta faixa de otimização. O monitor apita e informa quando você sai da faixa. Você não pode ter pressa para passar do passeio para caminhada e da caminhada para a corrida. O trabalho para ser efetivo e permanente tem que ter um crescimento bem gradativo. Não se pode pular etapas. Se sua caminhada, pela melhoria de sua eficiência cardiovascular, não exige demais do coração, sua tendência será a de querer passar para a corrida.
Corrida intermediária
Entre a caminhada e a corrida há uma distância cardiovascular muito grande. Por isso desenvolvi esta corrida intermediária. É nesse momento que as pessoas esbarram no seu progresso. Porque elas querem passar diretamente para a corrida. A caminhada possui uma biomecânica menos exigente do que a da corrida. Isto é, na corrida, a necessidade de oxigênio é muito maior e nesse caso as pessoas têm dificuldade de continuar a evolução do seu trabalho, pois a caminhada está sendo fraca e a corrida muito forte. Justamente aí, entra a corrida intermediária: é o que os atletas costumam chamar de corrinhado (rebolando). Você não está correndo e nem andando. Uma corrida arrastada, super leve, onde as pessoas que te olham vão dizer:
"Que coisa esquisita! Aquele cara está correndo ou caminhando?"
Se quem te viu, ficou na dúvida, você está no passo certo. Não importa que seja ridículo. É necessário! Passe por esse momento. Esta etapa é importantíssima, onde você vai fazer esse salto, sem agressão ao seu organismo, sem dor, sem sofrimento e com maior produtividade.