por Antônio Carlos Amador
Algumas pessoas se movem pela “lei do tudo ou nada”. Possuem um perfeccionismo exagerado, combinado com uma falta de capacidade para enfrentar o fracasso. Como consequência, essas pessoas encontram-se constantemente paralisadas em suas ações e decisões, pois pensam equivocadamente que é melhor não agir do que se arriscar a fracassar. Não percebem que tomar decisões e agir é algo que envolve as possibilidades tanto de êxito como de fracasso, enquanto que não agir é obviamente um fracasso sempre, porque nunca se alcançará fim algum.
O valor real do sucesso ou do fracasso se deve buscar na integração mental e na repercussão afetiva que ambos têm no sujeito protagonista da ação, já que os dois julgamentos podem determinar a forma de atuar, como estímulo (o êxito), ou então como freio (o fracasso).
O êxito incita a ação na busca de novos êxitos, condicionando-a positivamente. O fracasso induz à paralização para prevenir e evitar outros possíveis fracassos.
Em qualquer ação que se realiza existem três fases principais:
Objetivo, em que tem lugar o desejo e a intenção de realizá-la, decidindo-se de um modo mais ou menos consciente a conveniência ou não de agir. O objetivo terá uma duração e complexidade relativas à importância da tarefa a realizar e funciona de acordo com a vontade do indivíduo.
Ação, fase em que se põe em prática o objetivo. O indivíduo executa a atividade desejada perseguindo alguns objetivos. Essa é função da capacidade pessoal e é influenciada pelos condicionamentos internos ou anímicos e ambientais.
Resultado, fase em que se consegue ou não o objetivo procurado. Manifesta-se o resultado final do propósito e da ação e tem lugar um juízo valorativo do processo.
Geralmente, uma atuação é julgada em função de seus objetivos: se os fins pretendidos forem alcançados se considera que a tarefa teve êxito. Se não forem conseguidos, se diz que foi um fracasso.
O fracasso pode ocorrer em virtude de um erro no objetivo: uma intenção equivocada, pretensões ilusórias ou objetivos inatingíveis. Também pode acontecer um erro de atuação, fato que não depende exclusivamente do indivíduo, pois muitas vezes existe uma influência decisiva de circunstâncias ambientais.
O sucesso ou o fracasso de um empreendimento pode ser avaliado objetivamente ou subjetivamente. A análise é objetiva quando é fruto de uma observação externa, independente da ação realizada pelo sujeito e do resultado final dos objetivos. Por outro lado, dizemos que ela é subjetiva quando é realizada pelo próprio indivíduo, em função da satisfação pessoal conseguida.
Essas avaliações não têm necessariamente que coincidir. Não é incomum a disparidade de critérios entre executor e observador na avaliação de um trabalho realizado. O primeiro pode sentir-se muito satisfeito com sua obra e por outro lado não receber a aprovação geral e vice-versa. Isso ocorre com frequência no terreno artístico. Quando a intenção do indivíduo é tão somente buscar a aprovação geral, obviamente a análise objetiva e subjetiva devem coincidir para que se obtenha sucesso.