Muitas informações motivadas por ira, desejo de vingança e vergonha são propagadas na internet sem qualquer filtro. Essas pessoas se tornam ‘formadoras de opinião’ e os que as seguem se identificam e multiplicam suas ideias elaboradas por um inconsciente ferido.
Em proporção alarmante, vejo nas redes sociais, blogs e Youtube pessoas machucadas produzindo tópicos de extrema sensibilidade, e esses sendo viralizados por quem se identifica com os mesmos, motivados por sentimentos pessoais.
Transtorno de personalidade borderline – saiba mais
No Youtube há canais que têm o objetivo de estigmatizar portadores do transtorno de personalidade borderline. São conteúdos que levam em consideração somente o mal que sofreram enquanto se relacionaram com os borders.
Os parceiros dos borders sentem necessidade de expressar o sofrimento que passaram e utilizam a internet como um meio de terapia. Sabemos que muitas vezes isso é reconhecido pelos próprios borderlines que atendo. Não é fácil o relacionamento com um borderline, pois é notório a necessidade constante de atenção, o extremo medo da rejeição, as oscilações nas demonstrações de afeto e o vazio constante.
Se o par do borderline decide-se afastar por entender que não possui interesse ou capacidade em lidar com o parceiro, não deve se munir de um computador para atacá-lo. Apesar dessa pessoa se colocar como sadia, ela pode estar tão ou mais doente que o alvo do ataque.
O outro lado
Por outro lado, a doença dessas pessoas se torna transparente à medida em que se propaga o sofrimento que as acomete, colocando-as também como possuidoras, inclusive, de extremo senso de realidade e de bondade com o outro – esse lado está presente.
Portanto, antes de assimilar qualquer informação disponível na internet, é necessário usar o senso crítico para entender como a informação está sendo passada, se é neutra…
É necessário dizer também que atrás de um rótulo borderline, existe um conteúdo que difere de pessoa para pessoa. Todos nós temos características únicas de personalidade.