por Nicole Witek
A *dopamina para a satisfação…
A *ocitocina para a confiança…
A *adrenalina para a excitação e a ação…
Finalmente: a *serotonina para a serenidade.
Independentemente de nossa razão, as emoções desencadeiam uma cascata de hormônios que vão correr nas veias e artérias, ordens que por várias vias modificam nosso estado de espírito.
Hoje podemos dizer que o prazer e o êxtase são visíveis. Segundo os estudos de **Richard Davidson da Universidade de Wisconsin em Madison, Estados Unidos, é possível mapear as emoções.
A partir de um eletroencefalograma, Richard Davidson descobriu que as emoções positivas, tal como a felicidade, evidenciam-se no cérebro pela ativação redobrada do hemisfério esquerdo. Mais precisamente: você pensa em algo positivo e imediatamente a parte anterior do córtex cerebral esquerdo “pipoca” (visualmente, feliz!). Enquanto as emoções negativas ativam a mesma zona do cérebro só que do lado direito.
Num outro estudo desse cientista, foi revelado que monges budistas praticando a meditação todo dia, apresentam um lóbulo esquerdo muito mais ativo que a média. Essa situação levou nosso cientista a concluir que os monjes budistas são os homens mais felizes do planeta.
Por um outro lado, foi constatado que as pessoas que se definem como “pessoas felizes e de bem com a vida” têm naturalmente o lado esquerdo do cérebro mais ativo e sorriem mais do que as pessoas “direitistas”.
Indo mais longe, um outro laboratório constatou que na plenitude absoluta da meditação – na sensação de eternidade – o lado esquerdo do cérebro é ativado. Porém, ao mesmo tempo é desativada, no lóbulo parietal direito do cérebro, a área que corresponde a “orientação e associação”. Essa área do cérebro é útil na percepção do nosso meio ambiente. Outra área que também é desativada é a percepção da duração.
Assim parece que o espírito está tão concentrado que perde a noção de espaço, de tempo, de lugar, o que leva, simplesmente, a sensação de… eternidade.
Você sabe qual foi a conclusão de Richard Davidson? Foi que “a plenitude não está fora de alcance” porque hoje é possível dizer que se pode transformar rapidamente o cérebro com um pouco de prática.
De fato, com um grupo de estudantes e com 30 minutos de meditação diária com CD, Davidson constatou que o hemisfério esquerdo dos estudantes tornou-se mais reativo. Richard revelou que a felicidade é simples de obter e produz uma química interna positiva, através do treino regular de meditação.
Agora minha conclusão: Já sabemos que praticar o conjunto de técnicas de yoga – meditação inclusive – é uma panaceia, um remédio universal para o terceiro milênio. Essa prática ajudaria a equilibrar o orçamento nacional da Previdência Social, diminuir a lotação dos consultórios médicos e hospitais. O lado esquerdo do cérebro, devido à prática da meditação, leva ao otimismo: aos poucos estamos avançando.
Felizmente, gradativamente podemos ler na imprensa popular artigos que colocam o público nesse caminho… pena que demore tanto… porém, mesmo assim digo: “Que bom!”
*Vários hormônios com papéis diferentes:
dopamina: neurotransmissor, liquido permitindo a difusão do fluxo nevoso entre os neurônios ou células nervosas.
serotonina: neuromediador ou neurotransmissor, substância transmitindo o fluxo nervoso entre os neurônios e entre um neurônio e um músculo.
ocitocina: hormônio responsável pelas contracões uterinas durante o parto e parece também responsável pelo apego, a confianca … até o amor (!?)
adrenalina: hormônio produzido pelas glándulas suprarenais e responsável pelo funcionamento correto do sistema nervoso simpático (acão essencialmente excitante)
** Richard Davidson: pesquisador e diretor do “Laboratory for Functional Brain Imaging and Behavior at the University of Wisconsin-Madison” e que recebeu numerosos prêmios prestigiosos pelas suas contribuições sobre a saúde emocional e psicológica, autor de mais de 150 artigos científicos e de doze livros*?
Davidson, Richard J (Ed.), et al. Handbook of Affective Sciences. Oxford University Press: 2002.
Davidson, Richard J. and Kenneth Hugdahl (Eds.). The Asymmetrical Brain. MIT Press: 2002.
Davidson, Richard J. (Ed.). Neuropsychological Perspectives on Affective and Anxiety Disorders: A Special Issue of the Journal of Cognition and Emotion. Psychology Press: May 1, 1998 .
Revista “ Sciences et Avenir” Junho 2010