Por Dr. Joel Rennó Jr.
"Penso que vou perder o bebê numa crise, isso pode acontecer? Faz dez anos que sou casada e não consigo ter filhos por medo."
Resposta: A síndrome do pânico não impede a mulher de ficar grávida (pelo menos do ponto de vista clínico) e ter filho normalmente. Entendo e me sensibilizo muito em relação ao medo que você sente. Porém, pode ficar tranquila, pois a psiquiatria e psicologia modernas possuem técnicas e terapêuticas eficazes para o tratamento da síndrome do pânico durante a gravidez, se as crises ocorrerem. Procure uma ajuda imediata porque esse medo a está prejudicando muito. Você vai constatar que não há segredos ou mistérios. Os tratamentos médicos sérios dão resultados rápidos.
Gostaria de saber se síndrome do pânico pode causar lesões no cérebro, como perda de memória e raciocínio lento?
Resposta: As crises de pânico, apesar de darem a sensação de perigo ou morte iminente, acompanhadas de sudorese, taquicardia, 'nó na garganta', tonturas, tremores, formigamentos e falta de ar, entre tantos sintomas, não causam lesões cerebrais. O prejuízo de memória relatado pode ser conseqüência de ansiedade ou depressão associada. É de cunho psicológico e não neurológico. O importante é o tratamento psiquiátrico e psicológico associados, envolvendo medicação antidepressiva e psicoterapia. Para maiores informações sobre o transtorno do pânico clique aqui.
Medo de sexo e até de decidir numa questão de múltipla escolha
Possuo excessivo medo eu de errar, de tentar algumas coisas comuns no dia-a-dia, como até mesmo o sexo ou escolher uma alternativa numa questão de múltipla escolha. O que fazer para passar este medo?
Resposta: O medo pode ser o sintoma de algum transtorno mental (depressão ou ansiedade), ou então pode ter sido adquirido em episódios, situações, percepções subjetivas, relacionamentos ou vivências da infância e adolescência. Algumas características de personalidade (insegurança, baixa auto-estima, timidez excessiva) podem predispor as pessoas a terem medo. O medo em si não é patológico, é até um recurso de autoproteção para situações de perigo.
Porém, quando ele começa a prejudicar a pessoa nos contextos de vida profissional, pessoal e familiar, paralisando-a em suas ações de vida, sempre é importante procurar uma ajuda de um especialista da área de saúde mental. A psicoterapia, especialmente a cognitivo-comportamental, costuma dar resultados práticos em curto intervalo de tempo.