Por que a vaidade pode levar à escolha equivocada do par amoroso

por Flávio Gikovate

No auge da paixão só interessa ser admirado pelo amado; é o momento em que os casais “decidem” abandonar a vida social e sonham em morar no mato ou juntos; não precisam de mais ninguém. Leia-se, não precisam ser admirados por mais ninguém, pois a recíproca satisfação da vaidade lhes basta.      

Continua após publicidade

Este dado é sugestivo de que a principal razão que leva a maioria das pessoas a viver em grandes aglomerados, é a vontade de olhar e de serem olhados. Além, é claro, daquelas relacionadas à necessidade de encontrar trabalho. Mas mesmo o trabalho se torna irrelevante no processo da paixão, no qual as pessoas estão gratificadas de um modo máximo, tanto no que diz respeito ao aconchego amoroso – resolução do desamparo – como do ponto de vista da vaidade.    
    
Para a maior parte das pessoas, especialmente durante os anos de juventude, o anseio de se associar a uma pessoa capaz de chamar a atenção dos demais, portanto, alimentar a vaidade a partir desse acoplamento – predomina a vaidade sobre a reflexão racional e ponderada acerca do efetivo encaixe de gostos, planos de vida, temperamento etc. Se trata de mais uma grave intromissão da vaidade no processo racional, responsável por brutais equívocos de escolha do par.