por Anette Lewin
"Meu companheiro quase não conversa comigo, não divide quase nada – planos, desejos, sonhos – apesar de demonstrar muita fidelidade. Puxo conversa, brinco, falo demais, mas não resolve muito. Porém, nas relações sociais é um verdadeiro falador. Expõe suas ideias, dá conselhos e gosta de liderar. Antes da união éramos extremamente amigos. O que você acha que se passa conosco?"
Resposta: Um dos grandes problemas na avaliação que as pessoas fazem de seu relacionamento amoroso está em comparar o momento presente com o que acontecia no passado.
"Antes da união éramos extremamente amigos", você diz. Talvez traduzindo essa frase para "Quando éramos novidade um para o outro ele ouvia qualquer coisa que eu dissesse", ficaria mais claro para você o que está acontecendo. Pois é… agora vocês já se conhecem melhor. E nessa fase do relacionamento o que cada um tem a dizer já não prende tanto a atenção do outro. Principalmente se quem fala, fala muito como você assume que faz.
Nas reuniões sociais "é um verdadeiro falador", você escreve. Isso sugere que quando as pessoas ouvem o que ele tem a dizer… ele fala! Será que você ainda ouve o que ele diz? Ou será que você fala, fala, e o diálogo se torna um monólogo fazendo com que ele se desinteresse? Será que quando ele expõe suas ideias e planos você é capaz de escutar até o final ou tende a interrompê-lo com suas opiniões? Vale fazer uma revisão de como são as conversas entre vocês. E vale uma autocrítica, de sua parte, para ver se sua postura de faladora não está desestimulando seu companheiro.
Existe a possibilidade de seu companheiro não gostar muito de falar mesmo! Falava no começo, fala socialmente, mas, quando chega em casa quer ficar na dele; talvez relaxar, para ele, é não falar, enquanto para você relaxar pode ser… falar!
Se assim for, tente entender e respeitar as diferenças e quando sentir necessidade de dividir ideias com alguém, procure quem queira fazê-lo entre suas amigas, parentes etc. Principalmente quando você notar que ele não está a fim de conversar. Afinal, quando um não quer, dois não conversam, não é? Por outro lado, o casal não pode ficar eternamente sem trocar ideias. Tente descobrir quais são os melhores momentos para que ele se abra mais: no final de semana quando ele está mais descansado? Pela manhã? Na hora das refeições? Sim, por que se ele já não gosta muito de falar não adianta tentar um diálogo exatamente, por exemplo, na hora do futebol, não é?
Mulheres, em geral, gostam mais de falar do que homens; gostam de discutir a relação, falar sobre seus sentimentos, discorrer sobre detalhes. Os homens, em geral, são mais objetivos e não se divertem jogando conversa fora. A não ser que a conversa gire em torno de assuntos de seu interesse. Melhor aprender a conviver com essa realidade do que interpretá-la como falta de amor. Afinal, como você mesma diz, mesmo sem falar ele demonstra fidelidade. E atitudes, na maioria das vezes, falam mais do que palavras.
ATENÇÃO: As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento