De onde vem a felicidade nos relacionamentos?
Minha reflexão de hoje é sobre quais motivos levam as pessoas a manterem suas aparentes relações de afeto se não se sentem felizes em estar juntas?
O que nos mobiliza a iniciar um relacionamento sempre envolve atração, interesses… Mas muitas vezes há um desejo especial que faz com que as pessoas invistam em experimentar a tal sensação de cumplicidade, de felicidade.
Podemos descrever bioquimicamente a sensação de felicidade, quando se dá a liberação de endorfinas e dopaminas que relaxam, melhoram a serotonina e consequentemente despertam sensações de bem-estar. Mas do ponto de vista psicoemocional, o sentido de estar feliz tem nuances muito particulares.
De onde vem a felicidade nos relacionamentos?
Algumas pessoas sentem-se felizes ao sentir segurança, e há diferentes tipos de segurança que o psiquismo busca: pode ser a segurança de sentir-se querido(a), amada(o); de se sentir fazendo parte de uma família (mesmo que seja a do parceiro); de sentir segurança por ter um endereço, um abrigo, uma condição menos vulnerável; de se sentir socialmente aceito por estar em um relacionamento, e isso traz uma sensação de poder e status para muitas pessoas!
Outros sentem-se felizes por ter sexo com frequência; outros não prezam pela frequência, mas se encantam pela qualidade da relação. A ideia de relacionamento feliz é muito variável.
Nas sessões de psicoterapia e de terapia sexual tenho encontrado uma queixa recorrente, uma busca bem consciente de alguns pares que relatam não terem tido segurança ou satisfação com suas famílias de origem e buscam (e cobram) coisas e atitudes de seu atual parceiro, como se ele pudesse ou tivesse a obrigação de suprir as carências trazidas. E como nada é por acaso, pessoas carentes parecem atrair e adoram encontrar pares complementares,também carentes, que farão de tudo para satisfazer as necessidades da outra parte para se sentir importante é querido(a). Esse padrão complementar pode funcionar bem, se ambos respeitarem a individualidade de cada um e continuarem crescendo em suas vidas profissionais, amizades e até no contexto familiar.
Por que relações possessivas podem prejudicar o sexo
É necessário que não se torne uma relação dependente, que tente impedir o outro de crescer ou se relacionar com outras pessoas, sejam amigos ou familiares. Essa tentativa de impedir relacionamentos sociais, profissionais ou familiares ocorre na maioria das vezes por medo de que ‘o mundo’ mostre outras possibilidades de satisfação menos possessivas. A insatisfação gerada por relacionamentos possessivos, acaba trazendo consequências psicoafetivas como tristeza, irritabilidade, desânimo ou dificuldades sexuais, como se corpo demonstrasse sua falta de prazer e vontade de viver aquele relacionamento.
A toxicidade de muitas relações pode levar à sensação de aprisionamento e até iniciar quadros de depressão. É sempre bom lembrar que relacionamentos devem ser um encontro de diferenças ou de afinidades que tenham atração e desejo de trocar e crescer juntos. O alto nível de cobrança (sejam materiais, psicoemocionais ou sexuais) e o desrespeito à pessoa – aos seus afetos e individualidade – não caracteriza uma relação promissora.
Como você se sente na sua relação?
Se você se sente desconfortável com seu par, receoso de críticas ou cobranças, está na hora de avaliar qual a função desse relacionamento na sua vida. Relacionamentos saudáveis nos motivam ao crescimento, a uma postura afetivamente positiva na vida, se não for para crescer com prazer, o relacionamento precisa ser repensado. Como está o seu relacionamento?